Abstracts


Wednesday, 03 May, 2017

10:40 às 11:00 Algumas Reflexões Sobre a Denominação dos Cursos D’água no Brasil
Cláudio João Barreto dos Santos; Guilherme Corrêa Pontes (Universidadedo Estado do Rio de Janeiro –UERJ)
A pesquisa dos nomes geográficos constitui-se em relevante marca cultural no território e expressa uma efetiva apropriação do espaço por um dado grupo. É ainda um poderoso elemento cultural de um povo. Nomear e renomear rios, montanhas, cidades, bairros e logradouros tem um significado político e cultural, envolvendo etnias ou grupos culturais.
Encontram-se diretamente relacionados com a identidade cultural do povo que habita cada local, com significativos aspectos relacionados a topofilia dos moradores.
O objetivo este artigo será estabelecer uma discussão reflexiva sobre alguns aspectos conceituais mais importantes com relação ao contexto das possíveis alterações nas denominações de feições hidrográficas no Brasil, de forma mais específica, a denominação dos nomes genéricos dessas feições.
Com base na presença dos nomes genéricos das feições hidrográficas presentes na base cartográfica do Brasil na escala 1:1.000.000, efetuou-se uma pesquisa que caracteriza de forma significativa a influência regionalizada na denominação dos genéricos de feições hidrográficas no Brasil.
11:00 às 11:20 Fitotopônimos e Zootopônimos na hidronímia maranhense
Edson Lemos Pereira, Conceição de Maria de Araujo Ramos (Universidade Federal do Maranhão – UFMA)
A ocupação de determinado espaço físico pelo ser humano e a necessidade de se localizar no ambiente geográfico fazem com que o homem nomeie esses espaços, garantindo assim sua sobrevivência. Desse modo, através dos estudos toponímicos, área do conhecimento que compõe a Onomástica, verifica-se a relação que se estabelece entre o nomear e a cultura, e a história. A toponímia se ocupa dos nomes de lugares, cidades, aldeias etc., além de nomes de rios, montanhas. Assim, justifica--se a proposta de pesquisar a toponímia maranhense, mais precisamente a hidronímia relativa à região compreendida pela Região Hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental, na parte maranhense. Vale mencionar que essa Bacia, também conhecida como Frente Litorânea de expansão do espaço maranhense, representa uma densa rede hídrica (rios, lagos, lagoas, riachos, igarapés, brejos) que permitiu/permite o deslocamento e a sobrevivência do homem na região. Realizou-se, pesquisa indireta, para coleta dos dados, nos acervos públicos do Estado do Maranhão, com vista à recolha de mapas antigos. Ainda, em documentos e em sites oficiais, para a busca de mapas atuais. Para obtenção do corpus, foi realizado o levantamento de: (i) toda a hidronímia da Bacia Hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental correspondente à parte selecionada para esta pesquisa, por meio de mapas atuais do IBGE e (ii) da hidronímia em mapas do território maranhense dos séculos XVII, XVIII e XIX, em trabalhos de cronistas, como Claude d’Abbeville e Yves d’Évreux, e no Dicionário Histórico-Geográfico da Província do Maranhão, de César Augusto Marques. Com base nesses dados, espera-se entender a relação que o homem estabelece com o meio, uma vez que o topônimo, como parte do léxico de uma língua, reflete valores e crenças de uma comunidade linguística.
Palavras-chave: Onomástica. Toponímia. Hidronímia.
11:20 às 11:40 In "Xango São Francisco" it has everything: "Caboquinho", "Pau Mulatinho", "Jacaré Grande" and "Sapezinho": a study of the hybrid toponyms of the Bahia Recôncavo
Lana Cristina Santana, Marcela Moura Torres Paim (Universidade Federal da Bahia- UFBA)
The toponyms of the Bahian Recôncavo presented a rich linguistic diversity, compatible with the cultural influences experienced in this territory. It is one of the first Brazilian regions that were colonized and exploited economically, portanto, em seu espaço geográfico há a presença marcante dos estratos dialetais indígena, africano e europeu. It is one of the first Brazilian regions that were colonized and exploited economically, Therefore, in its geographic space there is the marked presence of the dialectal strata indigenous, African and European. The mixture of these peoples can be ascertained in the hybrid toponyms found in the microtoponymy of this region: Names of farms, communities and hydrography, formed from Tupi origin names associated with names and morphemes originated from Latin, or from other European languages, that were issued as a loan, or a mixture between the dialectical stratum itself European. It is also possible to verify the presence of toponymic formations in which there is the union of the European stratum with the lexical repertoire of the Bantu languages: quicongo, quimbundo and umbundo and of the languages ​​cuá: yorubá and fon, revealing the presence African peoples in Brazilian culture. The study of the hybrids is a cut of the thesis of the doctoral course, of the Graduate Program in Language and Culture of the Federal University of Bahia, inserted in the line of research of Linguistic Variation of the Portuguese Language and Grammar Theory, more specifically, in the The area of ​​Dialectology, called "Here is Murundu, Marianga, Murici, Capanema, Areal and Água Limpa: an analysis of toponyms of the Bahian Recôncavo", whose objective is to link the toponyms that make up the corpus to the process of historical and cultural formation of that territory, Since from this linguistic material, in a synchronic analysis, the semantic motivation of the appointment of the place recovers, being possible, to recover the world-view, the habits and events that have made or are part of the local culture. Thus, the toponymic study is, in its base, interdisciplinary, since it uses other areas of knowledge, such as History, Geography, Anthropology and Sociology, as a form of scientific basis. In this way, Toponymy is added to the other linguistic studies that confirm the dynamic and interactive force that the language possesses, affirming that linguistic variation is present in all natural languages, therefore, it is essential that the cultural values ​​of the formative bases of the language Brazilian Portuguese are recognized and valued.
Keywords: Toponymy; Hybridism; Reconcavo of Bahia.
14:10 às 14:30 Termos genéricos de origem indígena comuns na hidrografia do Brasil
Maria Cândida Trindade Costa de Seabra (Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG); Maria da Graça Krieger (Universidade do Vale dos Sinos - UNISINOS); Márcia Maria Duarte dos Santos (Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG).
O signo toponímico difere dos demais signos linguísticos por apresentar um caráter motivado em relação ao referente nomeado e também pela particularidade específica de sua função, que é de caráter identitário. Sendo assim, a necessidade de denominar um lugar segundo a sua situação em relação a um espaço geográfico habitado é um fenômeno geral, comum a todas as épocas. Para isso o homem faz uso de variadas estruturas linguísticas que se fundamentam em seu entorno vivencial, combinando motivação, convenção e identificação, produto psíquico da história sócio-político-cultural de um povo. Neste trabalho, apresentamos resultados parciais de um estudo sobre os termos genéricos que compõem os nomes geográficos presentes na Toponímia do Brasil, procurando refletir sobre algumas questões: 1) Os nomes têm significado? 2) Como são usados os nomes indígenas? 3) De onde vêm os termos genéricos presentes na hidrografia do Brasil? Como o nome deve ser interpretado em seu contexto geográfico? Chamamos de termo genérico o item lexical referente aos acidentes físico e antropocultural que integra juntamente com o termo específico (topônimo) o nome geográfico de uma localidade. Dessa união (termo genérico + termo específico) se estrutura o sintagma toponímico. Enquanto o primeiro é escolhido, necessariamente, tendo em vista características socioambientais, o segundo é mais livre, ficando a cargo de seu denominador. Dessa união entre os dois termos, é comum a ocorrência de uma simbiose, o que não impede que haja variações, tanto no plano sincrônico, quanto no plano diacrônico e, ainda, no diatópico.
Palavras-chave: Toponímia, Termo, Brasil.
14:30 às 14:50 The Influence of Zulu Royal Homestead Names on Place Names giving in Kwa-Zulu-Natal, South Africa
Gugulethu Brightness Mazibuko (University of KwaZulu-Natal, South Africa)
Zulu Royalty is one of the greatest in the continent and has a fascinating and noteworthy history in Southern Africa. This footprint was fossilized by the mighty King Shaka who delimited Zulu identity and culture to the present. This paper explores the trajectories left by the Zulu Royal family homestead names on other place names in KwaZulu-Natal, as is evident in how their homestead names later snowballed into names of towns and cities. Every royal homestead had a name that had both connotative and denotative meaning to it.  Most places in KwaZulu-Natal followed suit and derived most of their names from the Zulu Royal homestead names. The researcher conducted semi-structured interviews with the Zulu Royal household members to gather and confirm etymology of the Zulu Royal family homestead names. The researcher is informed by the socio-onomastic approach which permits one to explore names in a socio-cultural context where they are utilized. The Zulu Royal Family names are then analyzed according to their semantic content, for example, those that derived from the prevailing circumstances within the royal family at the time, their wishes, positioning of the homestead , commemorative names, those named after regiments and those that that have become registered place names to date. Findings of the study reveal that most of KwaZulu-Natal place names originated from Zulu Royal Family homestead names.
Keywords: Homestead, Zulu, Socio-Onomastic Approach.
15:40 às 16:00 O retrato da formação da toponímia indígena do estado do Tocantins colonial
Karylleila dos Santos Andrade (Universidade Federal do Tocantins - UFT)
A língua tupi é a responsável pela formação da toponímia brasileira nos primeiros séculos, após o “achamento” do Brasil. Em Goiás, antiga Terra de Goyases, o período da entrada de bandeiras, especialmente pelos colonos paulistas, e as expedições de jesuítas pelos rios Araguaia e Tocantins favoreceram a formação da Toponímia nessa região. O certo é que por onde os povos indígenas, que falavam línguas do tronco tupi passavam, denominavam a realidade circundante a fim de demarcar os espaços da paisagem local (elementos físicos: rios, córregos, serras etc e elementos humanos e/ou culturais(arraiais, povoados, julgados, etc) com diversos interesses, dentre eles, a conquista por territórios e o apresamento de povos indígenas. O presente trabalho tem como proposta oferecer leituras sobre a formação da toponímia colonial na Província de Goiás tendo em vista que o povoamento da região se deu, particularmente, pelos rios Araguaia e Tocantins. Ademais, intencionamos apresentar uma possível leitura dessa formação a partir de dados documentais da “existência” do povo indígena nomeado Tocantins. Os procedimentos metodológicos utilizados foram a pesquisa bibliográfica e a documental (mapas e documentos dos séculos XVI, XVII e XVIII). Os autores Sampaio (1987), Flores (2009), Dick (2004), Casal (1845), Ferreira (1960; 1977), Palacin, Garcia e Amado (1995) subsidiaram a pesquisa bibliográfica. Os resultados apontam que a toponímia tocantinense colonial é formada, quase que integralmente, por topônimos de origem tupi. Embora a região tenha registros de diversos povos de origem macro-jê, esses foram, em sua grande maioria, dizimados, excluídos ou silenciados em sua visão de mundo e identidade cultural e linguística.  
Palavras-chave: Toponímia indígena, Língua Tupi, Terra de Goyases, Província de Goiás.

16:00 às 16:20 La memoria de los pueblos indígenas y afrodescendientes en la toponimia del territorio colombiano
Julio César Bermúdez Moreno (Universidad Nacional de Colombia)
Este trabajo de investigación aborda la toponimia del territorio colombiano desde una perspectiva interdisciplinaria que integra las ciencias humanas sobre la base de estudios lingüísticos, históricos y geográficos. Es a partir de este horizonte interdisciplinar que el grupo Documentación y Estudio de Nombres Geográficos del Instituto Geográfico Agustín Codazzi realiza, desde el año 2006, el estudio de las territorialidades colombianas, interpretando las dinámicas de poblamiento de los pueblos originarios de nuestro continente y sus luchas por la pervivencia de lo propio y lo construido.
El nombramiento de los lugares es una acción política de empoderamiento y apropiación, su ejercicio reúne características propias del momento en que sucede. Esta asignación de nombres manifiesta en su origen las formas organizadas y colectivas de las que surgieron territorios identificados con nombres propios.
Este trabajo ha identificado las relaciones entre los seres geográficos (Mercier, 2009) inmersos en la construcción del tejido territorial colombiano a partir de la documentación, estudio y análisis de sus nombres de lugar. Se desarrolla a través de la recopilación y el análisis de información primaria y secundaria: tradición oral, prácticas culturales propias, historias de vida, documentación histórica, cartografía histórica y actual.
Las transformaciones en el espacio geográfico se reflejan en la toponimia municipal, jurisdicción de la división político administrativa colombiana en la que se basa esta investigación. Sus significados, orígenes y pertenencias a lenguas dominantes y familias lingüísticas son contenidos del tejido territorial de los diversos pueblos originarios y foráneos presentes en las distintas etapas de la historia de Colombia. Para la realización de este estudio se agruparon los nombres de lugar por regiones culturales, ya que estas comparten  aspectos de la geografía física de los asentamientos humanos, ecosistemas y construcciones culturales que son testimonio de las trayectorias vitales del territorio.
Esta investigación ha documentado los topónimos de los municipios de las siguientes regiones culturales: Cundiboyacense (departamentos de Boyacá y Cundinamarca), Santandereana (departamentos de Santander yNorte de Santander), Caribe (departamentos de Cesar, La Guajira, Magdalena, Bolívar, Córdoba, Sucre y Atlántico) y Noroccidente central Paisa (departamentos de Quindío, Caldas, Risaralda y Antioquia); así como también los departamentos de Tolima, Huila y el archipiélago conformado por las islas de San Andrés, Providencia y Santa Catalina.
Los resultados de esta investigación son fundamentales para la reinterpretación y reconstrucción de nuestras identidades colectivas a partir del reconocimiento de las herencias culturales de los pueblos, lo cual favorece los procesos de educación, planeación y ordenamiento territorial.
Palabras-clave: toponimia, memoria, territorio.

16:20 às 16:40 The role of Indigenous Place names in preserving Indigenous Knowledge Systems of the Nguni people in South Africa
Nobuhle Hlongwa (University of KwaZulu-Natal, South Africa)
Indigenous knowledge systems are a part of the culture of a people and includes their folklore which is an important part of their historical and spiritual legacy. This paper focuses on the role of indigenous place names of the Nguni people of South Africa and how these place names preserve indigenous knowledge systems. Names are powerful symbols that connect us with our identity. They should be preserved as part of our oral history and cultural heritage. Cohen and Nurit (1992) argue that toponyms are part of a ‘process of attaching meaning to one’s surrounding through mutual sharing of symbols’ which is ‘part of human comprehension and socialization’ (p. 655).Toponomastics research done in three provinces in South Africa namely: Eastern Cape, KwaZulu-Natal and Mpumalanga has not focused on the preservation aspect of place names. The paper focuses mainly on Nguni place names that were named after plants and intends to explore how they preserve and promote African indigenous knowledge systems. The use of plant names in naming places is evidence of the pervasive influence plants have in the lives of indigenous people, the Nguni people of South Africa. I argue in this paper that preservation of indigenous place names will bring about restoration of indigenous memory since indigenous place names are key in preserving living heritage and indigenous knowledge of the Nguni people.
Keywords: Indigenous Place Names 1, Indigenous Knowledge Systems 2, Memory 3




Thursday, 04 May, 2017

09:40 às 10:00 Toponímia e Geografia Cultural: Desafios na Implementação de um software Pedagógico
Karylleila dos Santos Andrade, Rodrigo Vieira do Nascimento (Universidade Federal do Tocantins - UFT)
A Toponímia, na área dos estudos da Linguística, tem como escopo o estudo dos nomes de lugares, baseia-se, entre outros aspectos, na etimologia e nos dados semânticos dos nomes próprios de lugares
(elementos físicos e humanos), ao passo que a Geografia Cultural pode ser compreendida como o campo da geografia humana que estuda os produtos e as normas culturais e suas variações, através dos espaços e dos lugares. Desse modo, apropria-se das manifestações culturais ocorridas em um dado lugar: crenças, danças, mitos e lendas. No que diz respeito à Geografia Cultural, ela rompeu o padrão de um saber supostamente neutro nos estudos geográficos e proporcionou uma visão social e atuante em um mundo cada vez mais dominado pela globalização dos mercados, pelas mudanças nas relações de trabalho e pela urgência das questões ambientais e etnoculturais. Compreendemos, em linhas gerais, um ponto em comum entre essas duas áreas: o lugar como uma singularidade, mais particularmente, o nome de lugar. É fundamental compreender esses nomes a partir dos diferentes significados, olhares e áreas de atuação, pois, por se organizarem de maneira dinâmica, constantemente (re)inventam-se no tempo e no espaço, sobrepondo-se a valores socioculturais, identitários, econômicos, políticos e religiosos. No nosso entender, reconhecemos o nome de lugar como sendo um patrimônio linguístico e cultural, testemunho de uma comunidade. Materializado e corporificado, ele é um produto e o reflexo social e cultural da cosmovisão de um grupo. Considerando a interdisciplinaridade que envolve as áreas da Toponímia e da Geografia Cultural, este trabalho parte da seguinte problematização: de que forma um software, de caráter pedagógico, ao partir de informações adicionais a respeito de elementos físicos e humanos do estado do Tocantins, pode valorizar e fomentar a ampliação do leque de conhecimentos acerca dos nomes de lugares do estado do Tocantins? A proposta deste estudo é identificar de que modo essas áreas se articulam/interseccionam, especialmente, quanto à possibilidade de implementação de um software pedagógico, com foco na educação básica. Esse diálogo investigativo, de natureza qualitativa, de caráter bibliográfico e documental, intenciona substituir um pensamento “[...] disjuntivo e redutor por um pensamento complexo, no sentido originário do termo complexus: o que é tecido junto” (MORIN, 2003, p.89). Para realizar essa discussão, servirão de suporte teórico-metodológico os trabalhos de Dick (1990, 1999, 2014, 2006) e Andrade (2010, 2012 e 2015) no campo da Toponímia, os estudos de Claval (2001), Tuan (1983), Corrêa (2009), Holzer (2003) e Bonnemaison (2002) no campo da Geografia Cultural, os trabalhos concernentes à interdisciplinaridade terão como apoio Fazenda (2009, 2008, 2001) e Morin (2000, 2003 e 2006).
Palavras-chave: Toponímia, Geografia cultural, Ensino, Interdisciplinaridade, Software Pedagógico.

10:00 às 10:20 Proposta de ampliação semântica da noção de lugar nos estudos toponímicos: primeiras reflexões
Carla Bastiani (Universidade Federal do Tocantins - UFT)
Neste artigo, é discutida uma proposta de ampliação semântica e conceitual da noção de lugar nos estudos toponímicos por meio de um diálogo interdisciplinar da Toponímia com as correntes da Geografia Humanista e da Geografia Crítica. Estas correntes foram subsídios para que a compreensão do lugar fosse redimensionada e este passasse a ser entendido como um espaço vivido e uma construção sócioespacial, partindo da relação identitária estabelecida entre o indivíduo e o lugar, tendo como balizadoras dessa relação as noções de pertencimento e de identidade, levando em consideração os laços existentes entre o lugar, o seu nome e os indivíduos que interagem nesse espaço. Ao se pensar em uma proposta de ampliação conceitual de lugar em Toponímia, que é a disciplina que se volta ao estudo dos nomes de lugares, pretende-se, também, enfocar a escola enquanto um espaço vivido e uma construção socioespacial, assim como um lugar que pode ser particularizado pelo nome que lhe foi atribuído. Particularização que se dá no sentido de que aquele lugar se torna único dentro do contexto em que se encontra inserido justamente pelo nome que lhe foi dado, fazendo com que haja entre o nome e o significado que os lugares representam um elo essencial para a cristalização da identidade do grupo.
Palavras-chave: Lugar; Interdisciplinaridade; Complexidade.


11:10 às 11:30 Vocabulário Toponímico da Língua Portuguesa (VT)
Agostinho Salgueiro, José Pedro Ferreira,  Margarita Correia (CELGA-ILTEC, Universidade de Coimbra)
A língua portuguesa é uma língua pluricêntrica: possui diferentes normas-padrão e o emprego de cada norma está estreitamente relacionado com o continuum geográfico que compõe cada um dos países que a têm como sua. No que respeita à ortografia, com a entrada em vigor do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (AO90) nos países que o ratificaram, passa a estar vigente uma norma comum que autoriza, pela primeira vez na história da língua, uma robusta padronização toponímica transnacional. O Vocabulário Toponímico (VT), recurso de especialidade do Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa (VOC), tem vindo a ser desenvolvido no Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) por linguistas do CELGA-ILTEC (Universidade de Coimbra), em colaboração com equipas nacionais dos demais países participantes, estando disponível online a partir de 13 de maio de 2017. A primeira versão pública do VT é apresentada neste simpósio.
Nesta versão, são disponibilizados em acesso aberto aproximadamente 70 000 topónimos padronizados em língua portuguesa. São incorporados no recurso: todos os endónimos com relevância administrativa nos países participantes à data – Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste –; alguma toponímia de nível “inferior”, que inclui, por exemplo, o nível “distrito” para o Brasil, com cerca de 10 000 topónimos; os exónimos que designam os países do mundo e aqueles que identificam capitais nacionais. Além da atestação toponímica padronizada, o VT inclui (i) as propriedades formais de cada topónimo (classe de palavra, silabificação, marcação de tonicidade e marcação de obrigatoriedade ou impossibilidade de coocorrência com artigo, esta ainda apenas para os níveis superiores), (ii) relações hierárquicas entre topónimos, assim como (iii) marcação, para um único referente geográfico, do uso restrito de uma variante em somente uma variedade da língua (e.g. Belarus). Cada topónimo possui um código relacional único, alfanumérico, partindo, sempre que possível, de uma base ISO 3166. O VT, enquanto instrumento de política linguística, começa por ser um recurso normalizador no espaço da CPLP mas não está confinado a estas fronteiras. Serve de base para um alargamento substancial dos dados decorrente do tratamento e da incorporação da toponímia maior de outras nações, grafada segundo a norma ortográfica comum da língua portuguesa, conseguindo importante confluência entre normas.
Palavras-chave: Vocabulário Toponímico, padronização toponímica, CPLP


11:30 às 11:50 Capitalization of Toponymic Generic Terms in English
Peter E. Raper (University of the Free State, South Africa)
Although place names generally consist of a specific and generic term, some names are frequently referred to by the specific term only. These include names of rivers, such as the Amazon, the Danube, the Nile, the  Thames; names of mountains, for example the Andes, the Alps, the Appalachians, the Himalayas, and so forth. In South Africa names of provinces such as Eastern Cape, Western Cape, Gauteng, Limpopo and Mpumalanga do not include the generic term “province”. The question has now been raised whether, when the generic term is included in the name in writing, it should be written with a capital letter. Indeed, some editors have taken to writing Andes mountains, Gauteng province, Sahara desert, Thames river, and so forth. This paper advocates the use of capital letters in such cases, providing reasons for the recommendation, These reasons include the semantic distinctions that are discernible between geographical names when the generic terms are capitalized as opposed to those when they are not. The need for consistence and uniformity is also illustrated in cases where place names in other languages are written in English, particularly in instances where the generic term is not recognized as such. The situation is also discussed of names in which the generic term precedes the specific, such as Cape, Fort, Lake and Mount.
Keywords: Geographical name, toponym, generic term, specific term, capitalization

11:50 às 12:10 Toponymy of Minas Gerais from the 1700s to the Joanine 1800s, stored in a digital repository.
Maria Duarte dos Santos*; Maria Cândida Trindade Costa Seabra*; Armanda Guerra**; Maria Dulce Faria ***; Antônio Gilberto Costa* (* Federal University of Minas Gerais, Brazil; ** Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; *** Fundação Biblioteca Nacional, Brasil)
This work aims at presenting a digital repository that gathers information on toponyms created during the process of occupation and definition of the Minas Gerais territory and recorded on historical maps. It presents the structure of the repository as well as the characteristics of both the documents and variables raised. It is expected to provide a better understanding of the scope and limitations of the gathered data, with a view to their use by researchers in the fields of Minas Gerais geography and history and of Portuguese language.
Keywords: Historical Toponymy; Historical Cartography; Captaincy of Minas Gerais; Districts of Minas Gerais; the 1700s; the Joanine 1800s.


14:40 às 15:00 Cartografando a presença da população negra em Niterói a partir de toponímias: a diáspora e o uso e a apropriação do espaço.
Simone Antunes Ferreira (Faculdade de Formação de Professores/Universidade do Estado do Rio de Janeiro – FFP/UERJ)
Neste trabalho o ensino de geografia se esforça para compreender a dimensão histórica e lógica de determinados fatos para espacializá-los e interpretá-los, não somente pelo viés político e econômico das narrativas hegemônicas da atualidade, mas, sobretudo por outras clivagens sociais derivadas das relações de poder/resistência multiescalares, nas quais existem pontos de convergência que atravessam a sociedade, como por exemplo, as toponímias. Os traços geo-históricos ou culturais de grupos sociais que se incorporam no topônimo constituem marcas sociais e espaciais que indicam não só o lugar, mas também as pessoas que participaram de sua construção, de que maneira e como se davam as relações sociais e de poder/resistência, a dominação e o surgimento de identidades e significações. Com a finalidade de compreendermos os diferentes usos e apropriações do espaço a partir da perspectiva étnico-racial, atentamos para os topônimos que apresentam marcas históricas da presença de populações negras, numa tentativa de questionar a invisibilidade da memória da diáspora africana reproduzida no conhecimento sobre o espaço da cidade. Para reconhecer essas marcas no município de Niterói, onde está localizado o colégio cujas atividades foram desenvolvidas, utilizamos a cartografia como conteúdo curricular e também como ferramenta de análise e interpretação das dinâmicas espaciais que motivaram as nominações. A partir da construção do mapa toponímico, os estudantes conseguiram localizar seus fluxos diários pelos bairros, além de pesquisar sobre personagens, lugares e acontecimentos que motivaram nomes, tais como Badu, Cafubá, Caramujo, Cubango, Engenho do mato e Engenhoca, que expressam africanidades ao revelar divergências e convergências ao longo da produção material e simbólica da cidade na disputa acerca do real; os lugares de disputa e os lugares em que viveram ou trabalharam sujeitos, frutos de heranças coloniais e escravização. O sentido que o nome dos lugares carrega e as pessoas que já viveram e ainda vivem nesses lugares refletem muito da cultura e da identidade local e essa compreensão foi importante para que os estudantes pudessem visitar e valorizar a memória e a história oral, como fonte de pesquisa, para refletir sobre a formação da cidade em que vivem.
Palavras-chave: Toponímia, Diáspora, Niterói

15:00 às 15:20 Toponímia de Petrópolis/RJ no século XIX: a história imigratória alemã na cidade imperial
Beatriz Cristina Pereira de Souza (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE)
Os nomes geográficos, através da compreensão de suas origens e motivações, permitem que se estabeleçam diversas relações com os aspectos culturais, sociais, políticos, econômicos e naturais da área a que se referem. O estudo dos topônimos, por seu aspecto essencialmente espacial é, portanto, passível de ser apropriado pela ciência geográfica visto que os nomes geográficos tem muito a contar sobre a história territorial e as relações que se desenvolvem entre os indivíduos e o lugar. Nesse sentido, a presente pesquisa pretende apresentar as relações entre os topônimos de Petrópolis, cidade da região serrana do estado do Rio de Janeiro, mas especificamente os nomes geográficos dos quarteirões e vilas que orientaram o projeto urbano da cidade em meados do século XIX, e a imigração alemã ocorrida na região. Destaca-se que esta cidade, hoje conhecida por seu potencial turístico, possui sua história vinculada diretamente com os planos da Corte Imperial no século XIX que ali decidiu construir seu Palácio de Verão. Para tal teve grande importância a participação de imigrantes alemães que, comandados pelo Major Koeler, trabalharam na edificação desta cidade. Tendo como recorte temporal, os primeiros anos de fundação de Petrópolis, este trabalho analisa os nomes dos quarteirões e vilas presentes em dois documentos cartográficos históricos, a saber: a Planta Koeler, datada de 1846; e a Planta Taunay, datada de 1861. À luz de conceitos como identidade e lugar busca-se, então, a compreensão da motivação existente nos nomes geográficos ora analisados. Um aspecto interessante verificado, mostra que nas plantas históricas supracitadas há predominância de nomes geográficos transplantados que fazem alusão à localidades alemãs, vinculando diretamente a toponímia à construção de uma identidade pelo grupo migrante em seu novo espaço de vivência.
Palavras-chave: Toponímia, Identidade, Petrópolis, Imigração Alemã

16:10 às 16:30 Toponímia em Juiz de Fora - MG
Dominique Brunno de Castro Morem, Hérika Teixeira de Souza, Joyce Catarina Lamas Costa, Juliana Maria de Paiva Lawall, Rodrigo Batista Lobato (Universidade Federal de Juiz de Fora)
O presente trabalho debruçou-se nas principais mudanças dos nomes que ocorreram no centro da cidade de Juiz de Fora, permeando também, na reação da população com as mudanças de nomes, como ela vive com tais mudanças, e o que ela achou dessa tomada de decisão por parte dos governantes. Há votações para chegar às definições dos nomes, mas em alguns casos a população sequer é informada sobre tais mudanças.
Um triângulo, inserido no centro comercial da cidade de Juiz de Fora foi traçado, para comportar uma área espacial que tivesse bastante influência dentro da cidade, e assim poder contribuir de alguma forma para a população saber um pouco mais da história de sua cidade.
Para a realização deste trabalho foi escolhida a área central, englobando todas as ruas que estão dentro do triângulo, sendo este formado entre as avenidas Barão do Rio Branco, que inclusive é a mais antiga da cidade, Avenida Presidente Itamar Franco, e Avenida Getúlio Vargas.
Exatamente 60% das ruas estudadas pertencem a categoria Antroponímia. Ou seja, os nomes próprios são os mais utilizados na hora de nomear as ruas.  Passeando pelas avenidas e ruas estudadas é possível encontrar os nomes de vários cidadãos ilustres. Basta um pouco de curiosidade na pesquisa pela biografia dessas pessoas para descobrir momentos decisivos para a cidade de Juiz de Fora, visto que todas elas foram agentes de relevância na história da cidade.
Com isso, podemos concluir que os nomes das ruas servem para não só instigar a curiosidade histórica da população, como também para homenagear pessoas de relevância. A história assim como os bens públicos (como as ruas) é construída por pessoas, portanto, nada mais justo do que homenagear grandes pessoas dando seus nomes a lugares construídos por outras, também grandes, pessoas.
Por fim, é valido ressaltar que a Geografia é conhecida por ser uma ciência geral, analítica e que consegue 'enxergar' toda complexidade oculta em coisas aparentemente simples. Do mesmo modo que a Ciência Geográfica, a Toponímia vem para mostrar que por trás de objetos aparentemente simples, como são as placas com nomes de ruas; se escondem temas muito mais complexos, como: História, Geografia e Antropologia. Olhar para tais placas e entender que há muito mais do que um simples nome ali, faz parte de uma visão profunda e analítica; visão essa que todo geógrafo deve ter.
Palavras-chave: toponímia, antroponímia, Juiz de Fora

16:30 às 16:50 Litotopônimos que nomeiam cidades mineiras
Maryelle Joelma Cordeiro; Maria Cândida Trindade Costa de Seabra (Universidade Federal de Minas Gerais – UMFG)
Uma das características inerentes ao homem é a necessidade “urgente” de nomear tudo aquilo que o rodeia, ou seja, de traduzir em uma “forma linguística”, em “palavras” os diferentes aspectos de sua cultura, sejam eles de ordem material ou imaterial. O mesmo ocorre quando se trata da nomeação de lugares. No entanto, esse tipo de nomeação, ao contrário de outros processos denominativos, não ocorre ocasionalmente.  Dessa maneira, o estudo da significação e da origem desses nomes, bem como as mudanças que nele possam ter ocorrido, pode muitas vezes revelar os valores e costumes de uma determinada sociedade, assim como evidenciar os aspectos da cultura vigente e também de outras culturas que ao longo do tempo possam ter se sobreposto. Nesse sentido, a Toponímia é a ciência que se dedica ao estudo da origem e dos significados dos nomes próprios de lugares, os nomes geográficos, que podem ser de natureza física (ligada às características do próprio acidente geográfico) ou de natureza antropocultural (aquela relacionada à visão de mundo pelo ser humano). Essa ciência é capaz de revelar aspectos histórico-culturais de um determinado grupo social, os quais podem estar refletidos no próprio nome, mostrando as ideologias e crenças desse povo, usadas no momento de um ato nominativo.  Este trabalho se insere dentro dos estudos da Toponímia e trata do estudo linguístico e cultural dos topônimos, os nomes próprios de lugar, de origem mineral – os litotopônimos – especificamente aqueles que nomeiam municípios de Minas Gerais. A principal forma de ocupação do território mineiro, por meio da atividade mineradora, revela na toponímia do estado um expressivo número de topônimos de origem mineral. Ligada ao Atlas Toponímico do Estado de Minas Gerais – Projeto ATEMIG, coordenado pela Profa. Maria Cândida Trindade Costa de Seabra, nossa pesquisa é uma forma de investigação e descrição da toponímia que tem como eixo norteador o fato de que língua e cultura são entidades inseparáveis. Para Duranti (2005), cultura é o conhecimento que é aprendido, transmitido e repassado de geração em geração por meio das ações humanas, através da comunicação linguística. O referencial teórico-metodológico se apoia nos modelos toponímicos de Dauzat (1926) e Dick (1990a, 1990b e 2004), Seabra (2004), o conceito de região cultural de    Diégues Jr. (1960) e na noção de cultura de Duranti (2005).
Palavras-chave: Língua, Toponímia, Minas Gerais.


Friday, 05 May, 2017

09:40 às 10:00 Back to the Feature! Geographical Relationships among Strata of Place Names in Americas
Yaïves Ferland (Université Laval, Québec, Canada)
Place-names evolve like other geospatial objects as the aspects, components, forms, and attributes of the places they name. One can displace, divide, enlarge, or assemble them locally, or transplant, recover, and even borrow or translate them from a distant external or foreign point of view. All those circumstances imply geographical concepts of centrality and diffusion, scale hierarchy, direction and orientation, and relative disposition. In fact, any physical place diversely identified in history due to human occupation, interest (even in imagination) or circulation can have borne many variant names and be part of some other terms. In this very geographic sense, these names are attributes of the place or the feature in their evolution, both diachronically or synchronically. For natural, cultural, political, or administrative reasons, that concerns different results on actual present endonyms, exonyms (how strangers call some of our places, if different) or xenonyms (how we call places abroad, if different). Surprisingly, some toponymic forms may rest like definite spatial objects and remain more stable than their original motive or place, which may vanish, be used for reference long time after, or spring again later at another location, scale, or feature.
Although the expression of such geospatial relationships looks like being linguistics, most toponyms are determined first by the geographical feature types they refer to. Therefore, their relative composition, extension or intension, and limits may be traced and explained through analysis of historical maps, among others, as documents. Groups of written forms of placenames (both generic or specific) appear frequently as characteristic of a country, region, or area, showing strata or patterns of relational structures (cluster or network, oriented paths of distribution or expansion, parallelism or separation with other features, etc.) in the evolution of the relationships between human groups living on or having passed through that particular territory.
Instead of claiming for an encompassing toponymic theory, one must speak methodologically of denominative trends while naming groups of places or features. That can set light on some problems and provide positive arguments to settle them. We should consider, not just anecdotal examples but as empirical qualities, terms that express nuances in the feature’s composition, shape, disposition, direction, or division, with respect to some kind of centrality or precedence in their transmission or diffusion. At the global scale, our analysis observes the transposition in the New World of city, province, or country names, in four imperial languages combined with aboriginal ones.
Keywords: Toponymic orientation trends and relationships, placenames strata of diffusion, evolution of endonyms and exonyms or xenonyms

10:00 às 10:20 Aplicaciones de la Toponimia y la Cartografía Histórica para el Análisis de las Transformaciones Territoriales y Ambientales
Marina Miraglia (Universidad Nacional de General Sarmiento, Argentina)
La toponimia y la cartografía histórica como herramientas de análisis socio territorial en disciplinas como la Geografía y la Historia, entre otros, permiten otro modo de aproximación al conocimiento de los procesos de construcción territorial y ambiental.
Los topónimos son el conjunto de los nombres propios de lugar de un país o de una región, son fenómenos históricos, ya que sus contenidos hacen referencia a una realidad socio-histórica en cuyo contexto se da nombre a los hechos o accidentes geográficos, sean ellos naturales o antrópicos. Por lo tanto son parte de nuestro patrimonio cultural y su abordaje se hará desde los puntos de vista de la historia, la antropología social, la lingüística antropológica y la geografía. Los nombres geográficos son un testimonio del pasado. La cartografía histórica, por su parte, ha ido incorporando los avances técnico-científicos del viejo mundo, con el fin de lograr un mayor conocimiento de la disponibilidad de los recursos que ofrecían los "nuevos" territorios. No se desplazó la tradicional forma de representar el territorio de los indígenas mesoamericanos, sino que aprovecharon sus conocimientos. Independientemente de su valoración científica, en cuanto a exactitud o representación del relieve, es importante destacar que los materiales cartográficos son los primeros documentos en los cuales quedó impresa la imagen de los territorios americanos, para el caso presente de estudio. Por ello, son fundamentales para el estudio de la geografía e historia del país. Asimismo, es necesario rescatar el valor del documento en sí, y considerarlos como objetos de estudio por la riqueza documental que encierran, al permitir el reconocimiento de la toponimia o la manera en que estaba organizado el territorio en un momento dado.  
Aquí se presentan ejemplos teórico prácticos aplicables al análisis de los procesos de transformación territorial y ambiental, tales como estudios comparados de usos del suelo, antiguos y actuales, alteraciones de límites político administrativos, evolución de la construcción del territorio y las modificaciones ambientales, etc.
Palabras-clave: Toponimia, Cartografía Histórica, Análisis Territorial

11:10 às 11:30 Toponímia dos logradouros de Teresópolis/RJ: paisagem, lugar e significados
Kairo da Silva Santos; Paulo Márcio Leal de Menezes (Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ)
A proposta apresentada neste texto é parte de um trabalho desenvolvido em uma dissertação de mestrado acerca dos nomes geográficos dos logradouros de Teresópolis. O estudo dos nomes geográficos é um estudo de caráter multidisciplinar e sua espacialidade confere a Geografia a possibilidade de elaborar um objeto de estudo em conjunto com outras disciplinas. Frente a importância dos nomes geográficos esta pesquisa desenvolveu uma análise sobre os topônimos dos logradouros que foram a gênese de surgimento do núcleo urbano na sede do munícipio de Teresópolis. As mudanças toponímicas ocorridas na cidade abrem um grande campo de estudo onde é possível desvendar os significados, as memórias e os aspectos culturais ocorridos ali, em uma análise que compreende os anos de 1896 e 1995. Diferentes documentos, e principalmente os mapas, foram de inestimável importância, pois possibilitaram identificar espacialmente a toponímia e as respectivas mudanças ocorridas. Através de diferentes técnicas de geoprocessamento e digitalização foi possível ter acesso ao material de pesquisa e realizar os procedimentos necessários a atingir os objetivo propostos no estudo. Na análise dos topônimos dos logradouros, buscou-se compreender as memórias e significados dos nomes atribuídos, e como a dinâmica toponímica pouco a pouco mudou a paisagem textual da cidade.  Além disso, através destas mudanças foi possível entender a relação entre os nomes geográficos e sua posição espacial, que alteram significados, memórias e aspectos culturais. O resultados apresentam uma mensagem clara ser transmitida pela paisagem de nomes da cidade: os nomes se dispõem no espaço em uma dada lógica e de diferentes formas. Muitas homenagens a políticos locais e nacionais aparecem nas áreas centrais das cidades, assim como outros pontos mais distantes possuem um outro panorama dos nomes encontrados. As inúmeras renomeações de logradouros e a criação de outros em muitos momentos esteve atrelada ao reconhecimento das figuras políticas e mais influentes da cidade e do país.
Palavras-chave: Toponímia, Paisagem, Significados.

11:30 às 11:50 A motivação denominativa nos contextos temporal e  sociocultural: uma análise dos  nomes de bairros do município  de Catalão-GO
Rayne Mesquita de Rezende (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” )
Assentes no entendimento de que na denominação de um lugar estão impressas as marcas culturais e identitárias da comunidade que o habita apresentaremos um estudo de cunho linguístico-cultural sobre a cidade de Catalão-GO. Deste modo, objetivamos demonstrar os resultados preliminares da análise de uma fração do corpus (em fase de composição) da pesquisa de doutorado “O nome do lugar e o lugar do nome: descrição lexical dos topônimos da Microrregião de Catalão-GO”, cujo propósito é catalogar e realizar uma análise lexical dos topônimos de natureza física (cursos d’água) e antrópica (municípios e seus bairros) desta região formada por onze municípios (Anhanguera, Campo Alegre de Goiás, Catalão, Corumbaíba, Cumari, Davinópolis, Goiandira, Ipameri, Ouvidor, Nova Aurora e Três Ranchos), dois distritos (Santo Antônio do Rio Verde e Domiciano Ribeiro) e dois povoados (Veríssimo e Sesmaria). Para a execução do objetivo deste trabalho, selecionamos o município de Catalão e seus topônimos de ordem antropocultural – os nomes de bairros. A metodologia adotada obedece às diretrizes do método tópico-nominal (DICK, 2006), que prevê a investigação toponímica em documentos cartografados e arquivos oficiais. Os pressupostos teóricos de que nos servimos advêm dos postulados de Dick (1987, 2006, 2007), Seabra (2004), Carvalhinhos (2003, 2008) entre outros pesquisadores que desenvolvem estudos referenciais no âmbito da Toponomástica brasileira. Após a consulta dos dados fornecidos por três setores da Prefeitura Municipal de Catalão-GO (Departamento de Cadastro Imobiliário, Secretaria de Obras Públicas e Arquivo da Secretaria de Obras Públicas), concluída em fevereiro de 2017, os resultados de uma análise preliminar apontam para a existência de 127 topônimos, sendo, deste total, 76,4% de taxe antropocultural (97 bairros) e 23,6% de taxe física (30 bairros). Somada à classificação dos sintagmas toponímicos, de acordo com as 27 taxes propostas por Dick (1987), discutiremos ainda sobre a relação entre os termos genéricos e termos específicos situando-os em um contexto temporal e sociocultural, uma vez que identificamos que a motivação denominativa, especialmente dos termos específicos, está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento socioeconômico do município de Catalão-GO, no rol dos empreendimentos comerciais imobiliários.
Palavras-chave: Catalão-GO, Motivação denominativa, Sintagma toponímico.

14:20 às 14:40 Place names in ‘Sergipe Del Rey’: a toponymic study in allotment certificates in Brazil’s colonial era
Cezar Alexandre Neri Santos (Universidade Federal da Bahia – UFBA)
This paper, which is a branch of my Master’s thesis on the place names in Sergipe Del Rey, in the northeast of Brazil, whose territory was colonized by Portuguese, Spanish and Dutch settlers during the sixteenth and seventeenth centuries. Sergipe, as it is called nowadays, is the smallest state in Brazil and its former toponym was a clear reference to the colonial period – ‘Del Rey’ means ’of the King’ in Portuguese language. In this paper, I analyze the place names described in the allotments certificates issued from 1594 to 1623. These documents consist of the most reliable information sources about the earliest settlement cycle in the area, seventy-three toponyms are related to Sergipe Del Rey captaincy. They were collected, classified and interpreted into an ethno-linguistic perspective, both in its structural aspect – spelling, form, origin – as well as discursive – semantic-history. These corpora are specially important because they cointain the first inscriptions of many well-known place names and both the lexical and graphic variation are frequent. Once most of them have an indigenous origin – more than seventy per cent – I can notice the relationship between Brazilian native Indians with the environment through the toponymic network, such as references to water, fauna, flora, and the toponymic maintenance from the colonial times in native languages. I can also compare the main differences and influences between those European settlers and native Indians in the geographical place naming acts in the first decades of interethnic contact. Since all the Amerindian languages in Brazilian territory were agraphic in the colonization era, the interethnic contacts with Europeans – effectively begun in 1590 – made these nomenclatures be part of the toponymic lexicon. These place names can be interpreted as indexical signs of Indians’ modus vivendi, agendi et cogitandi and reflect the linguistic diversity. Saying this, although we recognize the ‘critical turn’ as an important movement on Onomastics (VUOLTEENAHO & BERG, 2009), we ensure the relevance of ‘historical-culturalist’ approach for Toponomastics in Sergipe, once there is a gap on studies in this region. Among some theoretical supports are Onomastic premises, Historiography on Sergipe Del Rey and Brazilian native language lexis. As relevant results, I consider the greater maintenance of colonial time’s place names in Sergipe’s nowadays maps and how most of them act as everyday symbols of identity and cultural heritage, broadlyknown as “Sergipeness” – Sergipanidade.
Keywords: Place names, Indigenous toponymies, Sergipe Del Rey.

14:40 às 15:00 From Historical Cartographic Records to a Thematic Mapping : Digital Atlas “Toponymic and Geographic Heritage of Minas Gerais in the  Brazilian Colonial and Joanin Periods”
Maria Duarte dos Santos; Maria Cândida Trindade Costa Seabra; Antônio Gilberto Costa*; Najla MouchreK** (* Federal University of Minas Gerais, Brazil; ** Virginia Polytechnic Institute and State University, United States)
Cartographic documents about Minas Gerais are historical linguistic memories of great interest for Onomastics. This work on the toponomy of Minas Gerais aimed to study 15 maps from the Brasilian Colonial Period (1720 – 1808) and the Joanine Period (1808-1821), regardind the territory of the Captaincy and its administrative subdivisions, the political and administrative districts of the time.  The maps, with known or anonymous authorship, mostly date back from the Colonial Period. They use the same astronomical paradigm and focus on the same geographic features, generally described in the legends. Their representation of information, with levels of generalization compatible with the adopted scales, is another striking feature. These scales and the geographic accidents, corresponding to human settlements called cities, towns, villages, land records and to the gentiles (Native Indians), allowed for the identification of about 3000 geographical names.  A historical database of these names was built, aiming at the production of a digital atlas. Data analysis pointed out the main standards leading to the act of place-naming, the dialectal layers present in the language and the permanency of the toponyms in the territory today.  These objectives required and provided procedures for: the technical, cartographic, geographic and bibliographic treatment of documents, facilitated by the use of digital applications; and the display of products in electronic media and in museum environment. The linguistic facts studied here highlighted that toponyms of an anthropo-cultural nature were predominant in Minas Gerais during the Colonial and Joanine Periods. A notable regional example of this prevalence was Villa Rica, while Serro Frio contradicted the trend.  Among the taxonomic categories describing what motivated the act of place-naming, no differences were observed between the most productive classifications, either diachronically or within the large geographical subdivisions studied. These classifications comprise: the physical ones, namely the zootoponyms, lytotoponyms, hydrotoponyms, phytotoponyms, geomorphological toponyms; and the anthropo-cultural ones, namely the animotoponyms, anthrotoponyms, hagiotoponyms, hierotoponyms, sociotoponyms and politoponyms. Most geographical names are originated from the Portuguese language.  Those which are not derived from Portuguese are either hybrid or indigenous names, in near to equal proportions. Hybrids names were derived from the above-mentioned languages and there are also other languages that origined toponyms in Minas Gerais, about a dozen, among them the african based names, one of the least productives. In the Counties, in both periods studied, the prevalence of the Portuguese language remains, but, more significantly, the positions of indigenous and hybrid linguistic based names are variable. The characteristics of this remarkable set of geographical names, including aspects of their stay in the present, were interpreted considering social, cultural and geographical aspects.
Keywords: Historical Toponymy, Historical Cartography,  Digital Toponymic Atlas.


15:00 às 15:20 A dinâmica toponímica da área gênese de Petrópolis no século XIX
Tainá Laeta; Manoel do Couto Fernandes (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ)
Data de 16 de março de 1843 o Decreto N °. 155 que estabelece a criação da cidade de Petrópolis, localizada na região serrana do estado do Rio de Janeiro (Brasil), a partir do arrendamento de terras agrícolas 'Córrego Seco' do major Julio Frederico Koeler. A designação do engenheiro alemão, Major Koeler, foi necessária devido ao desenvolvimento do plano chamado "Pavoação-Palácio de Petrópolis", do Imperador D. Pedro II. Esta pesquisa investigou o Mapa de Koeler (1846), um documento de orientação sobre planejamento urbano para o desenvolvimento da cidade de Petrópolis. O mapa foi feito em escala 1: 5.000 e contém diferentes elementos cartográficos como hidrografia, estradas e terrenos reservados para edifícios públicos e religiosos. Junto com o mapa de Koeler, o mapa Otto Reimarus (1854), também forma a base para o processo de ocupação de Petrópolis. Na planta de Otto Reimarus tem diferentes elementos cartográficos, bem como a de Koeler, por exemplo, hidrografia, nomes de quarteirões, ruas, terrenos para construção pública e religiosa. O objetivo desta pesquisa é analisar o processo de difusão de topônimos nas plantas históricas que foram utilizadas pela corte imperial, especificamente a Companhia Imobiliária de Petrópolis, no processo de ocupação da cidade.
Os nomes dos lugares estão intimamente relacionados com a atividade humana, como uma relação de identificação. De acordo com Santos (1996) e Tuan (1977), pode-se entender lugar pelas relações de proximidade e afeto que as pessoas têm com certa porção do espaço, tão ligadas à sua vida diária. No lugar expressam-se as relações de sentimentos onde os indivíduos constroem seus valores, por isso o lugar é diretamente relacionado a experiências culturais e, consequentemente, à identidade e à vida cotidiana de um indivíduo e também uma sociedade. De acordo com Dick (1990), cada pessoa com suas especificidades culturais faz de um dado nome, tornar-se um ato de registro civil, e é caracterizado pela identificação de pessoas e lugares. Desta maneira, o ato de nomear vai além de apenas uma nomeação, mas pode ser relacionado às relações de poder do território.
Nesse sentido, observa-se que os nomes geográficos que aparecem nas plantas estudadas também estão relacionados à origem do próprio elaborador. A primeira planta, "Planta Petrópolis - 1846", autoria do Major Koeler, conta com muitos nomes de regiões germânicas para nomear a cidade (Corotopomyn). Quanto aos nomes atribuídos à hidrografia, há uma maior prevalência de nomes existentes de origem indígena, mas não menos importante a atribuição de nomes individuais (Antrotoponym). Os resultados mostram que as plantas históricas contêm um grande grau de semelhança em relação aos nomes dos lugares no período de oito anos de desenvolvimento de uma para outra.
 Palavras-chave: Petrópolis/RJ; Toponímia; Cartografia-Histórica



 


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