ST10

Inovações metodológicas na investigação de povos e comunidades tradicionais para o Censo 2020

Potencialidades do Censo Agropecuário na Investigação da População Agroextrativista

Marcos Thanus Andrade e Marta Antunes – IBGE

O Censo Agropecuário permite a identificação da produção agropecuária em recortes espaciais específicos através da localização de estabelecimentos agropecuários, desde o Censo Agropecuário 2006, quando foram coletadas as coordenadas dos estabelecimentos agropecuários por todo o território nacional. Isso permitiu que recortes segundo polígonos espaciais como Unidades de Conservação, inclusive aqueles referentes a Reservas Extrativistas originassem tabulações especiais e a quantificação de produtores(as) agroextrativistas recenseados, dados que apresentaremos brevemente. Além disso, pelos dados do campo “Localidade” do Endereço dos Estabelecimentos Agropecuários, foi possível localizar uma série de povos e comunidades tradicionais. Esta apresentação expõe como, a partir da experiência do Censo Agropecuário passado, o Censo Agropecuário 2017 procurou melhorar as possibilidades de identificação e localização de povos e comunidades tradicionais que têm o agroextrativismo ou a agropecuária como atividades produtivas e como essa informação será utilizada para a realização de estudos sobre essas populações recorrendo a tabulações por áreas especiais (terras e/ou aldeias indígenas, territórios quilombolas, Unidades de Conservação), cruzamento do algoritmo de "agricultura familiar" com a lista de produtos do estabelecimento e com o campo de localidade e como essas informações rebaterão na Base territorial, permitindo diálogos com os resultados do Censo Demográfico 2020.

Esta apresentação dialoga com outros estudos, artigos e propostas desenvolvidas pelo Grupo de Trabalho de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, que propôs outras apresentações que dialogam entre si na sessão de “Inovações metodológicas na investigação de povos e comunidades tradicionais para o Censo 2020”.

Metodologias internacionais de investigação da etnicidade

Leandro Okamoto – IBGE

A apresentação problematizará a investigação da etnicidade a partir de levantamento realizado junto a diversos institutos de estatísticas em diferentes países e, em especial, em relação aos critérios utilizados por países latino-americanos com presença indígena na identificação dessas populações. O conteúdo dessa exposição baseia-se em artigo inédito escrito pelos membros do Grupo de Trabalho de Povos e Comunidades Tradicionais (GT-PCT) sobre a investigação de indígenas pelo Censo Demográfico brasileiro para a publicação Estudos & Análises, do IBGE, prevista para o final de 2017.

Inicialmente, apresentaremos um panorama global sobre a investigação de etnicidade em distintos contextos tendo por base os resultados de levantamento sistemático realizado junto a 25 países de diferentes continentes. Posteriormente, avaliaremos a investigação de populações indígenas nos países latino-americanos de modo a ampliar a discussão sobre as implicações da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT 169) - relativas a autodeterminação dos povos indígenas - e da consequente agenda gerada, bem como sobre seu impacto nos censos demográficos dos países com população indígena. Pretende-se, também, discutir questões relacionadas à Agenda 2030 e ao Consenso de Montevidéu para pensar uma metodologia de investigação de etnicidade que atenda a diversidade de indicadores acordados e em fase de construção, assim como o papel do uso de registros administrativos e do Sistema Nacional de Informações Oficiais para atender essas agendas. Por fim, apresentaremos dois estudos de casos como forma de melhor ilustrar diferentes estratégias e metodologias usadas para a investigação de povos indígenas.

Esta apresentação dialoga com outras estudos, artigos e propostas desenvolvidas pelo GT-PCT do IBGE, que propôs outras apresentações que dialogam entre si na sessão de “Inovações metodológicas na investigação de povos e comunidades tradicionais para o Censo 2020”.

Inovações metodológicas na representação de agrupamentos de povos e comunidades tradicionais na Base Territorial: uso de registros administrativos e potencialidades para a focalização de questionários

Fernando Souza Damasco e Marta Antunes - IBGE

A comunicação proposta apresenta um panorama da forma como a etnicidade e, em particular, a identidade étnica de “indígena” vem sendo e não sendo investigada desde 1872, para a partir de uma análise das mudanças ocorridas até 2010, seus pontos fortes e suas limitações, apresentar a proposta metodológica que vem sendo delineada no âmbito do Grupo de Trabalho de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, em parceria com outros atores, de representação de “agrupamentos de povos e comunidades tradicionais na Base Territorial” e sua interface com potencialidades de focalização dos questionários e organização da operação censitária em campo. Será ainda apresentada a forma como o uso de registros administrativos e de bases de dados de outros órgãos produtores de estatística pode ampliar a cobertura do censo demográfico em áreas onde existem indícios de agrupamentos indígenas ou quilombolas, assim como seu uso para estimativas de quantidade mínima de pessoas desses grupos populacionais nesses recortes geográficos.

Esta apresentação dialoga com outros estudos, artigos e propostas desenvolvidas pelo Grupo de Trabalho de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, que propôs outras apresentações que dialogam entre si na sessão de “Inovações metodológicas na investigação de povos e comunidades tradicionais para o Censo 2020”.


 

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