ST5
Questões metodológicas para captação das componentes demográficas no Censo Demográfico
Reflexões acerca das informações sobre migrantes nos censos demográficos brasileiros
Marden Campos - UFMG
A apresentação busca proporcionar uma reflexão sobre as informações de migração dos últimos censos demográficos realizados no Brasil, destacando as potencialidades e limitações dos dados censitários para estudos do tema e os desafios que atualmente se colocam para estudo da mobilidade espacial da população.
Possibilidades de estudos de mortalidade usando o quesito de mortalidade geral dos censos demográficos
Bernardo Lanza Queiroz – CEDEPLAR
O censo demográfico de 2010 incluiu um quesito sobre óbitos nos domicílios nos últimos 12 meses. O quesito, após uma boa e sistemática avaliação de sua qualidade, permite uma série de estudos sobre o diferencial de mortalidade no Brasil que são limitados quando se utilizam os dados do Ministério da Saúde. Não apenas no Brasil, mas uma série de países na América Latina e na África também incluíram um quesito similar que possibilitou uma gama de estudos. Nessa apresentação, iremos discutir a qualidade geral do quesito no Brasil e em alguns outros países e mostrar uma série de aplicações para o estudo do diferencial de mortalidade por nível socioeconômico e de subgrupos populacionais. Ilustraremos também com exemplos de outros países do mundo. As informações de mortalidade obtidas pelos censos demográficos podem apresentar algumas limitações importantes. Todavia, os dados de mortalidade derivados dos censos possuem duas importantes vantagens. A primeira vem do fato de utilizarmos numeradores e denominadores da mesma fonte. Em segundo lugar, não há razão para se ter menos confiança na estrutura da mortalidade observada pelo censo e é possível derivar estimativas ajustadas de mortalidade bastante úteis.
A influência do informante nas respostas do bloco de fecundidade dos Censos Demográficos
Márcio Mitsuo Minamiguchi, Américo Vicente Silva de Miranda Júnior e Diego Guimarães Cruz – IBGE
Os quesitos de fecundidade presentes nas pesquisas domiciliares fornecem importantes insumos para a análise dos principais aspectos do comportamento reprodutivo do país, e associá-los a características da população, tais como os diferenciais por escolaridade, raça/cor e situação do domicílio. Esses quesitos também são um importante insumo para as projeções de população, já que a fecundidade, juntamente com a mortalidade e migração, são os fatores que determinam o tamanho e a estrutura de uma população.
Apesar da importância desse quesito para os estudos de população, com a melhoria dos registros administrativos no Brasil, e com os baixos níveis de fecundidade atuais, existem alguns diferenciais entre as fontes de informações disponíveis (registros administrativos e pesquisas domiciliares) que apontam para algumas inconsistências dessa fonte de informação, principalmente em relação aos níveis de fecundidade obtidos a partir dos dados do Censo 2010. Um questionamento frequente é a respeito do papel do informante em relação à ao padrão de respostas coletadas pelas pesquisas domiciliares.
Existe um padrão de importantes diferenciais nos quesitos de fecundidade nas pesquisas domiciliares. No caso dos dois últimos censos demográficos, a informação sobre a mulher já ter tido filho vivo, entre aquelas de idade de 15 a 49 anos, 78,4% tiveram filho(s) em 2000 e 74,4% em 2010 quando a informação é dada pela própria informante. Já quando a informação sobre essas mulheres é dada por terceiros, a proporção daquelas que tiveram filho(s) cai para 50,2% em 2000 e 45,7% em 2010. Desse modo, é possível haver um viés de resposta dado pelo informante, que faria com que as mulheres cuja informação é prestada por terceiros, teria um maior grau de omissão a respeito de sua experiência reprodutiva.