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Uso dos dados dos Censos Demográficos

Uso do Censo Demográfico 2010 na busca ativa de públicos-alvo para o Plano Brasil Sem Miséria e bolsões de extrema pobreza

Paulo Jannuzzi - IBGE

Ao longo do primeiro semestre de 2011 o Governo Federal finalizava o desenho das ações e programas do Plano Brasil Sem Miséria, destinado a mitigar a pobreza extrema no país. Em que pese os esforços anteriores nessa área programática, dados preliminares do Censo Demográfico de 2010 apontavam que havia ainda 16 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza, vulnerável à insegurança alimentar e outras iniquidades.

De forma a identificar esse público e inscrevê-lo no Cadastro Único de Programas Sociais, para que pudessem ter acesso a benefícios e serviços sociais específicos – se elegíveis- a Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério de Desenvolvimento Social - MDS desenvolveu instrumentos – Análise Multicritério, IDV/MOPS (Identificação de Domicílios Vulneráveis e Mapa de Oportunidades e Serviços Públicos) – valendo-se dos dados do Censo, em nível de setor censitário, para todos os municípios do país. Esses instrumentos foram úteis ao MDS e secretarias municipais na realização de ações de busca ativa de famílias ainda não inscritas no Cadastro Único e torná-las visíveis aos programas públicos.

Não há dúvidas que se esses instrumentos e as informações micro-espacializadas do Censo Demográfico não estivessem disponíveis à época os resultados de mitigação da extrema pobreza e pobreza crônica (carência de acesso a programas e serviços essenciais, além da renda) não teriam sido tão bem sucedidos no curto período de três anos.

Dados do Censo Demográfico como base para o planejamento da amostra de pesquisas domiciliares

Marcos Paulo Soares de Freitas – IBGE

No planejamento das amostras de pesquisas domiciliares do IBGE, sempre se fez uso dos dados do Censo Demográfico em diversas de suas etapas, como na definição do tamanho das unidades de amostragem para determinação de probabilidades de seleção; na definição da estratificação e nos cálculos dos tamanhos de amostra.

Em 2012 foi iniciada a implementação do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares – SIPD, que tem o uso de uma amostra comum (Amostra Mestra) como um dos pilares da integração de todas as pesquisas do IBGE. Para a definição do plano amostral, base do sistema, foram utilizados dados do Censo Demográfico de 2010.

Combinando as informações da Base Operacional Geográfica, que determina a divisão do território em setores censitários, com os totais de domicílios levantados pelo Censo, foram definidas as unidades primárias de amostragem (UPAs) para compor a Amostra Mestra.

Após a definição das UPAs, foram associados, a cada uma delas, vários dados provenientes do Censo, que serviram na definição de diversos aspectos do planejamento amostral: número de domicílios, número de pessoas, rendimento domiciliar, número de desocupados, entre outros.

Serão descritas, resumidamente, todas as etapas do planejamento da Amostra Mestra que utilizaram dados do Censo, indicando a importância da disponibilidade dos mesmos para a execução de cada uma delas.