Plano Geral de Informações Estatísticas e Geográficas para o Desenvolvimento do Brasil na Era Digital, no período entre 2026 e 2030, é debatido em mesa inaugural
Uma proposta de Plano Geral de Informações Estatísticas e Geográficas (PGIEG) para o Desenvolvimento do Brasil na Era Digital, no período entre 2026 e 2030, foi o tema debatido na mesa inaugural da Conferência Nacional dos Agentes Produtores e Usuários de Dados CONFEST/CONFEGE, na manhã desta quarta-feira (03/12), em Salvador (BA). Organizada pela Presidência e Diretoria Executiva do IBGE, a mesa teve como palestrantes o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, além de Elio Atenógenes Villaseñor Garcia, diretor do Instituto Nacional de Estadística y Geografía (INEGI), do México, e María Andrea Llerena Pinto, Assessora Regional de Estatísticas na ONU Mulheres (Américas e Caribe). Flávia Vinhaes, Diretora Executiva do IBGE, foi a moderadora da mesa.
A mesa convidou a comunidade produtora e usuária de informações a conhecer e debater a proposta preliminar do Plano Geral de Informações Estatísticas e Geográficas para orientar a sua atuação de 2026 a 2030, atualizada para as exigências da Era Digital. A discussão incluiu também a experiência das Américas — especialmente da América Latina —, destacando iniciativas regionais de modernização estatística, integração geoespacial e governança de dados que podem inspirar e enriquecer o processo brasileiro. O objetivo é trazer elementos que de forma colaborativa fortaleçam as bases do planejamento do Sistema Nacional de Geografia, Estatística e Dados (SINGED), reforçando a escalabilidade e a interoperabilidade das informações públicas.
Em sua fala, María Andrea trouxe dados sobre as experiências de construções de Planos Nacionais de Estatísticas em diversos países da América Latina e Caribe, com importantes enfoques interseccionais e de gênero, para que os dados produzidos atinjam diferentes recortes populacionais e possam melhorar a vida das pessoas. "A planificação estratégica é essencial para garantir que os institutos de pesquisa possam responder de maneira eficaz as crescentes demandas de informação, além de gerir recursos limitados, e manter a qualidade e a independência", afirmou.
Na sequência, Elio Atenógenes falou sobre a experiência do México, onde o instituto de estatística buscou favorecer uma agenda de modernização. "Integrar fontes alternativas, como registros administrativos e big data, com estatísticas oficiais, e usar isso para alimentar algoritmos oficiais de IA é uma oportunidade criar produtos inovadores com rigor estatístico", destacou.”
O diretor do INEGI ainda explicou sobre a importância de, nessa Era Digital, se manter bons parâmetros, como por exemplo, os metadados, para que o instituto oficial seja inovador, mas que mantenha a confiança da população.
Na sequência, veio a fala do presidente do IBGE. Segundo Marcio Pochmann, o Brasil reúne “diversos elementos para mudar as bases do planejamento, já que vivemos numa profunda mudança de época e precisamos pensar na transformação da produção estatística”.
Pochmann comentou as mudanças de paradigmas vividos pelo país, como transformações no perfil econômico, mudanças climáticas e a transformação na demografia, com a previsão de uma queda populacional a partir de 2042. Somado a isso, o mundo vive processos de digitalização e datificação, o que criou o que ele chamou de “3ª fase da produção estatística no Brasil.” O presidente do IBGE destacou desafios importantes para o futuro próximo do Instituto, como a criação de estatísticas que embasem políticas públicas preditivas, e a importância da integração de diferentes bases de dados que irão “permitir uma nova visão sobre a realidade do país”. E finalizou salientando a importância de se discutir soluções aos desafios que vivemos nos próximos 5 anos, e que pensar no médio/longo prazo vai permitir que o IBGE pare de somente enfrentar emergências e ajude a construir um novo projeto de país.
Após a fala dos palestrantes, os convidados puderam fazer perguntas sobre os mais diversos temas levantados na mesa, como a necessidade de popularizar os indicadores produzidos pelos institutos de pesquisa, a necessidade de moderação das ferramentas de IA, as mudanças nos paradigmas científicos para a realização de políticas preditivas, e a necessidade de se incluir iniciativas de recorte de gênero no PGIEG, que foram respondidas pelos palestrantes.
Organizada pelo IBGE, com apoio do Governo do Estado da Bahia, da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), do Senai Cimatec, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da União dos Municípios da Bahia (UPB), a Conferência Nacional dos Agentes Produtores e Usuários de Dados (CONFEST/CONFEGE) tem patrocínio do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e do Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB).
Serviço:
Conferência Nacional dos Agentes Produtores e Usuários de Dados (CONFEST/CONFEGE)
Tema: Uma proposta de Plano Geral de Informações Estatísticas e Geográficas (PGIEG) para o Desenvolvimento do Brasil na Era Digital, no período entre 2026 e 2030.
As mesas internacionais terão tradução.
Data: 3 a 5 de dezembro, em Salvador (BA)
Local: Instalações do SENAI Cimatec e do SESI
Endereço: Av. Orlando Gomes, 1845 – Piatã.