Principais impactos e aprendizados da Agenda 2030 é tema de mesa na Conferência

Público da mesa "Reflexões sobre a Agenda 2030: os 10 anos dos ODS - Avanços, desafios e perspectivas para a próxima agenda global"

Na tarde de quarta-feira, dia 03, aconteceu o painel Reflexões sobre a Agenda 2030: os 10 anos dos ODS - Avanços, desafios e perspectivas para a próxima agenda global, durante a Conferência Nacional dos Agentes Produtores e Usuários de Dados (CONFEST/CONFEGE), que está acontecendo em Salvador (BA) até o dia 05/12.

A mesa teve como objetivo abordar os principais impactos e aprendizados da Agenda 2030, neste ano em que a proposta global está na metade da década de implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O encontro trouxe como palestrantes Bianca Oliveira Medeiros, Coordenadora de Informações sobre Meio Ambiente no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Isabella Paim, chefe de gabinete da Secretaria de Planejamento do Governo da Bahia (SEPLAN), e Lavito Person Motta Bacarissa, Secretário Executivo da Comissão Nacional para os ODS, Secretaria-Geral da Presidência da República. A moderação foi conduzida por Denise Kronemberger, coordenadora do Projeto Agenda 2030 no IBGE, na gerência de Relações Institucionais do IBGE.

A abertura da mesa ficou sob responsabilidade da mediadora, Denise Kronemberger, que contextualizou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as metas estabelecidas pelos países-membros da ONU. A mediadora frisou sobre a importância da união de instituições, órgãos, e das esferas de governo federal, estadual e municipal. “Rede-colaborativa é a palavra-chave. O IBGE, internacionalmente, integra um grupo de especialistas em Estatística para a Agenda 2030. Só conseguiremos alcançar as metas e indicadores dos ODS se trabalharmos, pensarmos e agirmos de forma colaborativa.”

A fala de Lavito Person abordou a questão da produção de dados, para que se consiga medir e trabalhar com indicadores que possam ser usados para efetivamente mudar e melhorar a vida da população, nos 17 ODS que a Agenda 2030 trabalha. Neste sentido, ele lembrou que a atuação do IBGE é fundamental para o avanço com dados de qualidade. “O trabalho realizado junto ao IBGE traz horizontes para a formulação de Políticas Públicas. Por isso, a importância do tratamento dos dados de forma correta. E o IBGE é especialista nisso. Dados bem tratados, respostas mais precisas.”

O Brasil também enfrenta a dificuldade de não possuir dados que são medidos por alguns dos indicadores da Agenda 2030, pois não havia o planejamento e a consolidação de pesquisas que já atendessem aos critérios levantados. “Hoje no Brasil, dos 232 indicadores que são parte dos ODS, nós não temos como produzir informação para 55 deles, pois não temos dados para medir estes indicadores. E da mesma forma que o Brasil, outros países também enfrentam a dificuldade de se adequar e se adaptar, para cumprir as metas e indicadores propostos”, destaca Denise.

Isabella Paim, da SEPLAN, ratificou sobre a importância da ação colaborativa para avançar em temas como este, que exigem o envolvimento de toda a sociedade, para que se consiga produzir efeitos concretos. “Eu acredito que a importância da gente discutir a construção dos indicadores, em relação à questão da colaboração, é para que possamos monitorar a Agenda 2030 e capturar as ações que estados e municípios desenvolvem, no sentido do cumprimento da agenda e na definição da forma que poderemos ter apoio dos órgãos oficiais, como é o caso do IBGE.”

A Agenda 2030 é um plano global que visa erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e garantir a paz e prosperidade para o planeta. Uma agenda que tem esse propósito monumental, precisa do esforço e comprometimento de muitos, para que comece a sair do papel. Neste sentido, Denise Kronemberger compartilhou um pouco do que já vem sendo feito. “Recentemente, foi criada uma força-tarefa, que cuida do assunto ‘lições aprendidas’, isto porque já estamos pensando nos próximos passos do futuro, na próxima agenda pós Agenda 2030. Esse tipo de discussão, que levanta o que foi feito, o que deu certo e o que pode ser melhorado, para a criação de uma agenda futura, é essencial. E isto já está sendo feito de uma maneira global.”

Bianca Medeiros, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, levantou o tema da unificação dos dados, tanto para fácil acesso por parte do usuário, quanto para a consolidação do que é produzido nacionalmente. “O ponto principal é a gente conseguir juntar os dados que possuímos dos diversos órgãos, para que a gente consiga, em uma única plataforma, reunir esta informação. Desta maneira, tanto a população, quanto os órgãos, instituições e o próprio Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima consigam utilizar estes dados com qualidade, constância e regularidade, principalmente em relação à atualização das informações.”

Para o encerramento da mesa, a moderadora, Denise Kronemberger, fez uma reflexão. “Essa mesa procurou refletir sobre os 10 anos da Agenda 2030, sobre os avanços, os desafios, as lições aprendidas, e ela foi configurada de uma forma exatamente para permitir este debate, desde o governo federal até o governo estadual. Porque nós temos este trabalho colaborativo com as instituições. A produção dos indicadores de monitoramento da Agenda 2030 precisa ser colaborativa. Então hoje, aqui, nós tivemos esta representação, da Comissão Nacional, que é a estrutura de governança da Agenda 2030 no país. A participação de uma instituição colaboradora, que é o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, representando na verdade todas as outras instituições, nos relembra sobre a importância da colaboração. Além disso, a presença do Governo Estadual nos apoia na descentralização das informações, conseguirmos dessa maneira trabalhar de forma conjunta com os estados, que estão lá na ponta trabalhando com os municípios.”

 

Organizada pelo IBGE, com apoio do Governo do Estado da Bahia, da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), do Senai Cimatec, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da União dos Municípios da Bahia (UPB), a Conferência Nacional dos Agentes Produtores e Usuários de Dados (CONFEST/CONFEGE) tem patrocínio do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e do Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB).

Serviço:
Conferência Nacional dos Agentes Produtores e Usuários de Dados (CONFEST/CONFEGE)
Tema: Uma proposta de Plano Geral de Informações Estatísticas e Geográficas (PGIEG) para o Desenvolvimento do Brasil na Era Digital, no período entre 2026 e 2030.
As mesas internacionais terão tradução.
Data: 3 a 5 de dezembro, em Salvador (BA)
Local: Instalações do SENAI Cimatec e do SESI
Endereço: Av. Orlando Gomes, 1845 – Piatã.