Sobre o Evento

Motivação

Avanços tecnológicos na área das comunicações e um maior acesso ao telefone e à internet nas últimas décadas estimularam tanto o desenvolvimento de diferentes modalidades de coleta de dados quanto variações dentro das modalidades existentes. Atualmente, os institutos de pesquisa podem escolher entre uma ampla variedade de métodos de coleta diferentes. Os métodos ou 'modos' de coleta de dados mais comumente usados incluem:

 

    1. Entrevista face a face, em que um entrevistador normalmente visita um informante em sua casa ou local de trabalho e administra o questionário pessoalmente usando papel (PAPI) ou computador (CAPI);

    2. Entrevista por telefone ou entrevista por telefone assistida por computador (CATI), na qual os respondentes participam de uma pesquisa por meio de telefone fixo ou celular;

    3. Questionários autoadministrados (SAQs), nos quais os respondentes são convidados a preencher um questionário em papel ou um computador por conta própria (CASI), sendo que nesse último a administração do questionário é gerenciada por um programa ou aplicativo especificamente projetado e as respostas são armazenadas no dispositivo usado para a entrevista. O CASI se subdivide em VCASI (autoentrevista assistida por computador em vídeo), ACASI (autoentrevista assistida por computador em áudio) e TACASI (autoentrevista assistida em computador por áudio por telefone).

    4. Entrevista na web assistida por computador (CAWI), em que os dados são coletados por meio de um questionário web, desenvolvido com programas específicos para a criação desse tipo de pesquisa, possibilitando personalizar o fluxo do questionário com base nas respostas fornecidas e permitindo, inclusive, que o questionário contenha fotos, clipes de áudio e vídeo, links para diferentes páginas da web, entre outros.

 

Além dos modos citados, que podem ser empregados também de forma híbrida, a tecnologia tem permitido iniciativas de extração de dados diretamente da internet, inclusive em institutos de estatísticas oficiais, caracterizando uma nova forma de captura de dados.

Há um consenso crescente, porém, de que a pesquisa tradicional está enfrentando desafios sem precedentes, em parte devido às taxas de resposta que têm diminuído continuamente ao longo das décadas, levando ao emprego de maiores esforços para manter essas taxas nos níveis anteriores e ao consequente aumento do custo da coleta de dados, especialmente para modos administrados por entrevistadores. Da mesma forma, nota-se uma redução do valor percebido das pesquisas, na medida em que as taxas de resposta são vistas como parâmetros de qualidade. Outros fatores que influenciam no declínio dos métodos tradicionais de coleta de dados são a redução do engajamento cívico e do capital social; o aumento do distanciamento social seja por questões de saúde pública, como a recente pandemia por Covid-19, seja por questões relacionadas à tecnologia; e, por fim, a desconfiança da credibilidade das instituições.

Outras mudanças no estilo de vida associadas a uma sociedade em transformação, como uma maior percepção de aumento da violência, também são citadas como razões para o aumento das dificuldades enfrentadas pelos métodos tradicionais de coleta administrados por entrevistadores. Da mesma forma, os avanços tecnológicos, como identificador de chamadas e correio de voz, dificultaram o acesso dos entrevistadores a informantes em potencial por meio da mídia tradicional, como o telefone. Ainda sobre a pandemia por Covid-19, houve um impacto significativo nas operações de coleta de dados, na medida em que impede ou restringe a coleta presencial e força os Institutos de Estatística a buscarem alternativas.

Ou seja, as mudanças tecnológicas, culturais e as impostas pela pandemia geram dificuldades, mas também criam oportunidades para que sejam discutidas alternativas no modo de coleta de dados estatísticos e Geoespaciais, que devem ser avaliadas à luz da recente Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Portanto, o objetivo do 8º Seminário de Metodologia do IBGE é compartilhar experiências e lições aprendidas, discutir desafios e soluções, bem como identificar áreas de trabalho futuro e perspectivas de colaboração.

Objetivos específicos do SMI2020

  • Propiciar espaço e oportunidade para discussão e reflexão sobre os avanços, desafios e perspectivas da metodologia requerida para a coleta de dados estatísticos e geoespaciais.

Comissão do SMI2020

  • Andrea Borges Paim
  • Andrea Diniz da Silva
  • Antonio José Ribeiro Dias
  • Debora Ferreira de Souza
  • Izabelle de Oliveira
  • Jacqueline dos Santos Manhães
  • João Bosco de Azevedo
  • Marcia Maria Melo Quintslr
  • Marcus Vinícius Morais Fernandes
  • Maria Mônica Vieira Caetano Oneill
  • Raquel Rose Silva Correia

 


 

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