Inovações no Censo Agropecuário
A introdução de inovações tecnológicas e de processos em operações censitárias é resultado da busca constante pelo refinamento da qualidade do dado coletado e pela redução de tempo e de custos. As mais significativas mudanças tiveram como marco referencial os padrões adotados pelo Censo Demográfico de 1991 com a informatização das Unidades Estaduais, proporcionando a descentralização da apuração da coleta em polos regionais. O Censo Agropecuário de 1995/1996 seguiu o movimento e também descentralizou a apuração, conferindo esta delegação às Coordenações Técnicas locais.
Em 2000, a inovação tecnológica introduzida foi a substituição da entrada de dados, via digitação, pela leitura ótica dos questionários e pela potencialização do Sistema de Acompanhamento e Supervisão (SIGC).
Passo seguinte, a substituição de questionários em papel por coletores eletrônicos nos Censos de 2007 e de 2010, com o georreferenciamento dos endereços, foi a principal inovação incorporada pelo IBGE às operações de coleta, refletindo-se em ingente reformulação dos processos até então adotados nas pesquisas de grande arquitetura. Tal aperfeiçoamento permitiu a efetiva adoção e implementação do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos, o qual fora elaborado em 2000 e desenvolvido desde então.
Para o Censo Agropecuário 2016, as inovações virão expressas no uso do modelo tecnológico incorporado em equipamentos smartphones, com telas a partir de 5,7 polegadas e com lógica operacional mais avançada que aquela disponibilizada para as atividades do Censo anterior. A aquisição destes implementos, aliada à utilização de imagens de satélite de superior resolução e com representação georreferenciada da área de trabalho, proporcionará ao Recenseador uma melhor identificação de seu setor, facilitando seu deslocamento na cobertura do território, especialmente nas zonas rurais e nas áreas urbanas com características rurais – ambas de grande interesse à pesquisa agrocensitária –, além de disponibilizar-lhe uma lista prévia de endereços rurais a visitar, lista esta também embarcada no equipamento e associada à imagem de seu setor de trabalho, constituindo-se em atributo que figurará pela primeira vez em operações de coleta deste porte.
Para tanto, o Censo Agropecuário 2016 atualizará o Cadastro de Endereços, em sua vertente rural, com especial atenção para a compatibilização entre o cadastro de domicílios (obtido do Censo Demográfico 2010)1, e o cadastro de estabelecimentos agropecuários, consolidado após o Censo Agropecuário 2006, buscando singularizar, principalmente, aqueles que atendam simultaneamente a ambas as tipificações: domicílios e estabelecimentos agropecuários.
A fundamental importância de sua incorporação no Censo Agropecuário 2016 atenderá simultaneamente a dois propósitos: primeiramente, promover, como antecipado acima, uma atualização no cadastro rural de endereços, o qual, por fim, constituirá a lista prévia de endereços da vertente rural do Censo Demográfico de 2020; o segundo, considerando que a estes endereços atualizados serão referenciados os atributos agropecuários dos estabelecimentos visitados na coleta do Censo Agropecuário 2016, teremos exatamente a construção de um novo cadastro rural de endereços de estabelecimentos agropecuários, configurando potente documentação para estudo e planejamento de estratificações e padrões amostrais de futuras pesquisas agropecuárias da Instituição.
É de ressaltar-se, por, fim, que a adoção de novas tecnologias de captação do dado e de representação do território também revelam-se potente instrumento de controle, posto que o Projeto Censo Agropecuário 2016 propõe a descentralização das etapas de testes de consistência e de análise primária das informações, no menor nível de agregação por Setor Censitário. Assim, a Diretoria de Informática – DI implementará, via SIGC2, aplicativos que permitam análise de agregados, rotinas com filtros para seleção de estabelecimentos e suas características, entre outras funções, permitindo às Unidades Estaduais a atuação em correções assistidas.