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Um grande encontro como esse precisou de alguns ensaios! E que ensaios!

Na esfera das atividades preparatórias, foi formado um grupo consultivo composto por representantes da academia, organizações da sociedade civil, órgãos públicos e lideranças comunitárias, além de técnicos do Grupo de Trabalho sobre Favelas e Comunidades Urbanas do IBGE. As reuniões e trocas nesse grupo foram o primeiro “esquenta” do encontro, resultando na construção da proposta de alteração da nomenclatura e da redação dos critérios que atualmente definem as favelas e comunidades urbanas – até então, “aglomerados subnormais” – para o IBGE. Essa proposta inicial foi submetida ao debate e à avaliação coletiva no decorrer das atividades do encontro.

Participaram do grupo consultivo os(as) seguintes convidados(as): Alan Brum (Fundador do Instituto Raízes em Movimento), Carlos Krykhtine e Fernando Cavallieri (Presidente e Técnico do Instituto Pereira Passos, respectivamente), Flávia Feitosa (Professora da UFABC), Jailson de Souza e Silva (Fundador do Observatório de Favelas e da UNIPeriferias/IMJA e Assessor da Presidência do BNDES), Jorge Luiz Barbosa (Fundador do Observatório de Favelas e Professor da UFF), Júlia Lins Bittencourt (Diretora do Departamento de Regularização, Urbanização Integrada e Qualificação de Territórios Periféricos da Secretaria Nacional de Periferias / Ministério das Cidades), Ju do Coroadinho (Diretora da rede Perifaconnection), Laís Borges (Pesquisadora do Centro de Referência, Pesquisa e Biblioteca do Museu das Favelas), Letícia Gabriella Silva (Diretora da CUFA), Rafael Soares Gonçalves (Professor da PUC-Rio), Raquel Rolnik (Coordenadora do LabCidade/USP) e Sônia Fleury (Coordenadora do Dicionário de Favelas Marielle Franco).

1ª reunião online do grupo consultivo.

A equipe do IBGE agradece a dedicação, motivação e qualidade dos debates proporcionados por todo o grupo!

Além das reuniões com o grupo consultivo, outras atividades também contribuíram para a preparação do encontro nacional. A primeira delas foi a realização do 5º Seminário ENCE/DGC, com a temática “Favelas e Comunidades Urbanas no IBGE”. Esses seminários são organizados periodicamente em parceria entre a Escola Nacional de Ciências Estatísticas e a Diretoria de Geociências do IBGE, com o objetivo de aproximar as pesquisas acadêmicas e o trabalho técnico da instituição. Temas diversos são explorados, sempre tendo como pano de fundo as pesquisas realizadas pela DGC. Na 5ª edição, dia 20 de setembro, foi a vez de falar sobre as favelas e comunidades urbanas e registrar insumos para o encontro que teve início cinco dias depois.

O seminário aconteceu na Ence e teve transmissão online, contando com as apresentações dos tecnologistas Maikon Novaes e Jaison Cervi, do Grupo de Trabalho sobre Favelas e Comunidades Urbanas do IBGE; da egressa do curso de especialização da Ence, Ana Claudia Bliggs Gutemberg; e de uma grande referência sobre favelas para todos nós, especialmente no Rio de Janeiro, Jorge Luiz Barbosa, que nos brindou com provocações fundamentais sobre a urgência da revisão conceitual em relação a esses territórios.

Apresentação de Jorge Luiz Barbosa no Seminário Ence/DGC, 20 de setembro de 2023. Foto: João Bosco de Azevedo.

Dois dias depois, em 22 de setembro, Cayo Franco e Letícia Giannella realizaram a oficina “Debatendo o conceito de favelas com o IBGE”, como parte da programação do 1º Seminário de Pesquisa Favela é o Centro, organizado pelo Centro de Referência, Pesquisa e Biblioteca do Museu das Favelas, em São Paulo. Foi um dia de debates ricos e construtivos, onde foi possível apresentar o trabalho do IBGE com as favelas e comunidades urbanas e discutir a proposta construída no âmbito do grupo consultivo para coletivos, organizações, movimentos e lideranças de favelas. Por meio de uma dinâmica que envolveu nuvens de palavras, divisão em grupos, mapas mentais e preenchimento de formulários, pudemos reunir contribuições fundamentais que foram levadas ao encontro. Além disso, Thiago Teles Brandão, da Superintendência de São Paulo, representou o IBGE na mesa “Levantando dados: metodologias de pesquisa de campo na quebrada”, que também resultou no levantamento de diversas questões importantes para nossa reflexão, tais como a centralidade da questão fundiária na delimitação desses territórios. Agradecemos ao museu, nas pessoas de Laís Borges e Renata Furtado, pela oportunidade!

Oficina no Museu das Favelas, 22 de setembro de 2023. Foto: Letícia Giannella.

O grupo consultivo e esses encontros preparatórios trouxeram à equipe reflexões, críticas, ideias e, mais que tudo, motivação e ânimo para realizar um encontro inspirado nas potências das favelas e comunidades urbanas do nosso Brasil!


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