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Os cinco dias de debates e reflexões no âmbito do I Encontro Nacional de Produção, Análise e Disseminação de Informações sobre as Favelas e Comunidades Urbanas do Brasil atenderam e superaram os objetivos propostos para o evento, dando início a um amplo processo de escuta e democratização do IBGE em relação à produção, análise e disseminação de informações sobre as favelas e comunidades urbanas brasileiras. Como reiteradamente declarado por diversos participantes, tratou-se de um momento histórico para o IBGE e para a sociedade.

O encontro contou com a presença diária aproximada de 80 pessoas, além da participação de 30 a 40 pessoas nas transmissões online das atividades. Lideranças comunitárias, organizações da sociedade civil, representantes da academia e de diversos órgãos públicos fomentaram um diálogo franco com as nossas equipes, pautado em trocas e críticas construtivas e propositivas.

Mesa de abertura formada por Daiane Ciriaco (mediadora), Guilherme Simões (Secretário Nacional de Periferias), Preto Zezé (CUFA) e Raquel Rolnik (participação por meio de vídeo). Foto: André Felinto.

 

Abertura institucional do encontro, com vídeo do Presidente do IBGE, Márcio Pochmann. Foto: André Felinto.

O objetivo central do evento foi promover a mudança da nomenclatura “aglomerado subnormal” e da redação dos critérios que atualmente compõem o conceito, já para as bases e materiais de divulgação dos resultados do Censo 2022. No momento, as contribuições referentes a esse objetivo central estão sendo analisadas pelo Grupo de Trabalho sobre Favelas e Comunidades Urbanas do IBGE. Após esta etapa, uma nova proposta será levada ao crivo do grupo consultivo, que será ampliado com a incorporação de novos integrantes a fim de alcançar com maior determinação a diversidade regional e de representações sobre esses territórios. Por fim, a proposta aprovada pelo grupo consultivo será encaminhada às instâncias superiores do IBGE.

Além do atendimento a esse objetivo central, diversos outros assuntos foram tratados na abertura e nas rodas de conversa do encontro, fornecendo elementos para a formação de uma agenda de trabalho de curto e médio prazo a respeito do papel do IBGE no ato de retratar adequadamente esses territórios.

Temas como a diversidade das favelas e comunidades urbanas em todo o País; a questão fundiária como balizador do conceito; as representações e narrativas e o papel do IBGE para a superação de parâmetros estigmatizadores, homogeneizadores e marcados pela carência; a necessidade de diálogo com organizações que produzem informações geográficas e estatísticas sobre esses territórios; os desafios e possibilidades a respeito do mapeamento, coleta e supervisão; e os usos, apropriações e expectativas a respeito das informações produzidas pelo IBGE, foram explorados nas rodas de conversa do encontro, instigando reflexões aprofundadas sobre o presente e o futuro das pesquisas do IBGE sobre as favelas e comunidades urbanas.

Roda de conversa 1: Diversidade territorial das favelas e comunidades urbanas brasileiras, formada por Maikon Novaes (mediador), Michel Silva (Fala Roça), Maria Aline (FEHSOLNA), Gerson Bruno (Vila da Barca – Belém/PA) e Ivan Batista (Federação de Entidades de Bairros e Favelas de Fortaleza/CE). Foto: André Felinto.

A escolha das pessoas e instituições convidadas para a mesa de abertura e para cada roda de conversa teve como objetivo promover um debate abrangente e propositivo, com diversidade racial, de gênero, institucional, regional e de atuação nesses territórios. No último dia, ainda, o Grupo de Trabalho sobre Favelas e Comunidades Urbanas reuniu-se com os(as) 27 representantes das Superintendências Estaduais presentes no encontro, promovendo a escuta e dialogando sobre as demandas e expectativas futuras em relação às pesquisas nesses territórios. Na ocasião, foi destacado que a construção dessa nova agenda de trabalho será coletiva e progressiva, contando com a participação de cada SES para enfrentar o desafio que é produzir informações estatísticas e geográficas em um país continental, diverso, plural e desigual como o Brasil.

Como saldo final, o evento registrou debates enriquecedores, resultando na construção coletiva de uma carta de demandas ao IBGE, acordadas em plenária, que nos coloca frente à necessidade de fortalecer essa agenda dentro da nossa instituição. Os debates indicam como ponto central o entendimento de que as favelas e comunidades urbanas não devem ser vistas somente como um recorte específico para as pesquisas censitárias, mas sim como territórios que exigem formas plurais e democráticas de planejamento e operação, com novas metodologias e construção com efetiva participação popular. O I Encontro Nacional de Produção, Análise e Disseminação de Informações sobre as Favelas e Comunidades Urbanas é um ponto de partida, e não de chegada. As articulações, laços e relações de mútua confiança estabelecidos com essa experiência deverão ser fortalecidos e ampliados para que o IBGE possa cumprir sua missão de “retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento de sua realidade e ao exercício da cidadania” com responsabilidade, organização e conhecimento técnico, mas também com sensibilidade, escuta, diálogo, criatividade, afeto e democracia.

 

Reunião da equipe com representantes das Superintendências Estaduais. Foto: André Felinto.

Tratou-se de um marco central para refletirmos sobre o papel e a importância do IBGE em relação às pesquisas sobre as favelas e comunidades brasileiras, reflexão fundamental para a contínua melhoria das informações produzidas pela instituição a fim de subsidiar o enfrentamento das desigualdades socioespaciais que assolam as nossas cidades.

Agradecemos, em nome da Coordenação de Geografia e do Grupo de Trabalho sobre Favelas e Comunidades Urbanas, a todos(as) os(as) envolvidos(as) na organização e realização do encontro!

Registro do final da plenária do dia 28/09, com todas as pessoas presentes, incluindo equipes de apoio técnico.

Leia abaixo a carta de demandas acordadas em plenária, assista às gravações das atividades, veja nossos registros e fique atento aos nossos próximos passos.

Encaminhamentos do Encontro Nacional


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