O Censo Demográfico é a única pesquisa produzida pelo IBGE que possibilita uma análise intraurbana da população e do território e que fornece informações separadas para áreas de favelas e comunidades urbanas brasileiras (aglomerados subnormais). Por se tratar de uma pesquisa domiciliar, de elevado custo, e tendo o IBGE a obrigatoriedade de manter o sigilo das informações individuais, os dados coletados e as formas de divulgação são limitados. Tendo isso em vista, como as informações disponibilizadas pelo IBGE tem contribuído para dar visibilidade às necessidades da população que vive nas favelas e comunidades urbanas brasileiras? Quais os temas de grande relevância na atualidade, sobretudo nessas áreas, que não estão sendo abarcados pelas pesquisas do IBGE e que devem ser de sua competência? A roda de conversa Uso e expectativas da sociedade em relação às informações produzidas pelo IBGE sobre as favelas e comunidades urbanas brasileiras será um espaço de reflexão sobre essas questões, onde novas possibilidades devem ser vislumbradas, considerando a missão do IBGE.

Mediadora:

Larissa Catalá

Tecnologista em Informações Geográficas e Estatísticas no IBGE. Atualmente é coordenadora substituta na Central de Pesquisas por Telefone (CETAC) e atua em projetos da Gerência de Pesquisas e Classificações Territoriais (GPET). É mestra em Demografia pelo IFCH/UNICAMP (2020). Sua dissertação de mestrado abordou a temática dos aglomerados subnormais e a infraestrutura urbana disponível, a partir do Censo Demográfico 2010. Possui especialização em Pesquisa de Mercado Aplicada em Comunicações pela ECA/USP (2011) e graduação em Estatística pelo IMECC/UNICAMP (2007).

Debatedores da roda 6:

Alan Brum (Instituto Raízes em Movimento)

Favelado, nascido no Complexo do Alemão. Sociólogo, doutorando em Planejamento Urbano e Regional IPPUR/UFRJ. Coordenador do CEPEDOCA (Centro de Pesquisa, Documentação e Memórias do CPX), cofundador e diretor presidente do Instituto Raízes em Movimento. É professor convidado do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade - HESFA/UFRJ e é coordenador do Plano de Ação Popular do Complexo do Alemão.

Camila D’Ottaviano (USP/ Observatório das Metrópoles e ANPUR)

Doutora em HABITAT/Arquitetura e Urbanismo pela FAUUSP. Docente do Grupo de Metodologia da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, onde preside a Comissão de Cultura e Extensão. É pesquisadora do Observatório das Metrópoles, onde coordena a pesquisa Direito à Cidade e Habitação. Foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional-ANPUR na gestão 2021-2023. Entre outras produções, organizou os livros "Habitação, Autogestão e Cidade" (2021), "Self-build Experience. Institutionalisation, Place-Making and City Building" (2020) e "Além dos Muros da Universidade: Planejamento Urbano e Regional e Extensão Universitária" (2019).

Cleandro Krause (IPEA)

Graduado em arquitetura e urbanismo, mestre em planejamento urbano e regional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, doutor em planejamento urbano e regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) desde 2009, desenvolvendo pesquisas e assessoramento governamental especialmente nas áreas de planejamento urbano, habitação, assentamentos precários e avaliação de políticas públicas. Anteriormente, de 2005 a 2009, foi arquiteto da Caixa Econômica Federal; de 2000 a 2004 trabalhou na Prefeitura Municipal de Porto Alegre; foi professor da Universidade de Santa Cruz do Sul de 2001 a 2003.

Júlia Lins Bittencourt (Secretaria Nacional de Periferias) 

Arquiteta e urbanista, com mestrado em Geografia na UnB e doutorado em Planejamento e Gestão do Território na UFABC. É servidora do Ministério das Cidades desde 2006, e atualmente ocupa o cargo de Diretora de Regularização, Urbanização Integrada e Qualificação de Territórios Periféricos da Secretaria Nacional de Periferias.