Grades Estatísticas

Evolução da População no Período 2000-2010 Utilizando Grades Estatísticas

Ricardo Neves de Souza Lima, IBGE/Centro de Documentação e Disseminação de Informações

A análise da evolução do volume de população, assim como sua distribuição espacial, são informações estratégicas, que auxiliam o planejamento e o desenvolvimento. As grades estatísticas se constituem em uma forma de disseminação de dados que, devido a sua estabilidade temporal e regularidade espacial, permitem a comparação entre recortes espaciais diferentes e o acompanhamento temporal de informações.

A apresentação mostrará uma avaliação temporal da distribuição espacial da população com a utilização dos dados oriundos do Censo Demográfico 2010 agregados em células regulares, produto já disponibilizado, e do Censo Demográfico 2000, cuja agregação ainda está em fase de elaboração. O objetivo principal será destacar as potencialidades e limitações do uso de informações disponibilizadas em Grades Estatísticas.

Entre a liberação e a resolução dos dados - otimização de grades estatísticas para a disseminação de dados censitários

Álvaro de Oliveira D’Antona, Unicamp/Faculdade de Ciências Aplicadas

O uso de grades regulares para a disseminação dos dados de censos propicia melhor resolução espacial do que a obtida através de unidades operacionais de coleta. Porém, para a apresentação dos dados nas células devem ser observadas as regras de manutenção da confidencialidade das informações prestadas pelos entrevistados, o que pode limitar a resolução espacial da grade. Como definir as dimensões da célula? Análises mostram que a variação no número de células liberadas a cada grade não é linear (uma grade com células pequenas não é necessariamente melhor do que outra com células maiores) e que os resultados dependem da distribuição dos domicílios no espaço.

O presente trabalho traz uma abordagem automatizada para obter um balanço entre a liberação de dados censitários (domicílios numa determinada área que podem ter suas características divulgadas publicamente segundo uma determinada regra adotada para evitar a possibilidade de individualização) e a resolução espacial (tamanho das células e a consequente capacidade da grade em expressar a distribuição de determinada população na área de estudo considerada). O software Gerador de grade regular para agregação de pontos (GERAGRADE) – registro BR 51 2014 000967-0 no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) – foi desenvolvido para automatizar as operações necessárias para a definição da grade ótima. Adotou-se um método heurístico para a definição do algoritmo de agregação de pontos (coordenadas) dos domicílios, levando em conta o tamanho do mapa e a distribuição dos pontos nele existentes. O algoritmo determina um intervalo de tamanho para cada aresta de cada célula e, com o intervalo gerado, realiza uma busca afim de determinar a melhor grade. Durante a busca (iteração), cada grade recebe uma pontuação (score) baseada no número de células inválidas (que violam as regras de sigilo), válidas (aquelas com população e que atendem aos critérios do sigilo) e vazias. O sistema de pontuação permite que o usuário ajuste diferentes níveis de sensibilidade para cada um dos tipos de células (válidas, inválidas e vazias).

O método pode ser aplicado ao contexto brasileiro – regras seguidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – e aos de outros países, abrindo-se também a diversas outras aplicações.

Recortes Geograficos e Grades Estatisticas: Vantagens e Desvantagens

Luis Cavalcanti Bahiana, IBGE/Diretoria de Geociências

Estatísticas divulgadas por áreas administrativas, baseadas em recortes territoriais diversos – denominadas “quadros geográficos” – constituem a abordagem usual de apresentação na maioria dos países, possibilitando a integração da informação geográfica e estatística chancelada pelos órgãos competentes de planejamento, em atendimento à programas institucionais de Governo.

Alternativamente, as chamadas Grades Estatísticas possibilitam, com o auxílio das geotecnologias, a agregação de dados das unidades de coleta, bem como a sua imediata disponibilização para a análise em Sistemas de Informação Geográficos em quaisquer arranjos. No entanto, persistem questões como a preservação do sigilo em informações altamente granularizadas, a dificuldade de detecção de erros, e questões de agregação, entre outras.

A apresentação tem como objetivo mostrar os prós e contras das duas abordagens, no momento em que o IBGE participa do Grupo de Peritos em Informação Geoespacial Global patrocinada pela Organização das Nações Unidas (UN-GGIM – United Nations Committee on Global Geospatial Information Management).

O GIS Corporativo como plataforma para estatísticas oficiais

Rodney Martins e Carlos Eduardo Toledo - Imagem

O IBGE, no desafio de otimização, se vê diante da continua necessidade de aprimorar seus processos e buscar excelência nos serviços. Para alcançar este resultado, busca-se o desenvolvimento de tecnologias que aumentem sua efetividade de planejamento, monitoramento, análise de resultados e distribuição de informações precisas e oficiais.

Há nesta questão uma exigência explícita de integração e integridade. É fundamental que esta tecnologia garanta o envolvimento, no modelo adequado, de todos os atores envolvidos, demandando uma solução corporativa, que promova fluidez, desde a pré-enumeração até a disseminação.

Para apresentar uma resposta ao desafio de estruturação dos dados e processos em conformidade com as análises e estatísticas geoespaciais, atendendo, ao mesmo tempo, a diversidade de formas de disseminação das informações, pretendemos apresentar a nossa visão corporativa do uso corporativo do GIS através de exemplos de implementação prática de modelos que promovam a associação entre a Geografia e a Estatística nas pesquisas do IBGE.