Modelagem e simulação
Geotecnologias aplicadas a simulações da evolução espacial e quantitativa domiciliar intraurbana
Glauco Umbelino – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Este trabalho desenvolve na escala intraurbana, simulações da evolução espacial e quantitativa dos domicílios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a partir da integração de dados demográficos com dados espaciais de ocupação urbana. Esse trabalho justifica-se pelo seu potencial em contribuir, no curto e médio prazo, para a formulação de políticas públicas na esfera do planejamento urbano e regional da RMBH, ao indicar potenciais demandas sociais decorrentes da futura configuração do uso urbano para fins de habitação. A pesquisa apresenta um mapeamento da expansão da mancha urbana da RMBH entre 1991-2000-2010 e propõe, a partir do uso de autômatos celulares, um modelo que simula a expansão urbana (área ocupada) para 2020 e 2030. Na sequência é analisado o contingente domiciliar de Belo Horizonte em 2000 e 2010 e, a partir do uso de autômatos celulares e do mapeamento dasimétrico, é simulado para 2020 e 2030 um provável cenário de expansão e adensamento urbano por quadra, além da projeção do número total de domicílios. Os resultados obtidos tem estimulado a utilização de geotecnologias para projeções demográficas e simulações da ocupação intraurbana, assim como subsidiado programas visando a minimização dos problemas ou maximização dos benefícios decorrentes do crescimento, adensamento e redistribuição populacional.
Reestruturação automatizada e visualização dos dados de criminalidade do Rio de Janeiro
Cassio Almeida - IBGE/ENCE
Sonia Fiol Gonzalez, Hélio Lopes e Simone Barbosa – PUC-Rio/Dep. de Informática
As estatísticas criminais têm papel importante na análise criminal. A produção, o processamento e a disseminação destes dados, levam à geração de informação, análises e consequentemente aprimoramentos na gestão e políticas de Segurança Pública. Estes dados, como estatísticas públicas, são a base para a construção de um elo entre os modelos explicativos de Teoria Social e as evidências empíricas dos fenômenos sociais observados, possibilitando o monitoramento e pesquisa acadêmica. Assim, para avaliação destes programas é fundamental que as estatísticas de incidências criminais estejam disponíveis, permitindo que um maior número de pesquisadores e interessados possam fazer suas próprias análises e enriquecer os debates. No entanto, o acesso aos dados não é simples. O Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro – ISP – divulga planilhas mensais desde 2002, por Área Integrada de Segurança Pública – AISP. A AISP é uma subdivisão territorial para fins administrativos e é composta por Delegacias de Policia Civil – DP, onde as ocorrências são registradas. O estado está dividido em 39 áreas e cada uma é composta por um número distinto de DPs. Logo, uma divulgação mensal é composta por 39 planilhas, e em cada planilha consta o total de ocorrências para 39 delitos para cada DP que compõe a AISP. Para exemplificar a dificuldade, para uma análise temporal de um determinado delito, seria necessário o download de todos os arquivos mensais, mais de 160 atualmente, localizar em cada arquivo a AISP, a DP e então coletar as informações desejadas. Esta forma de disseminação de dados públicos pode atender uma obrigação legal, mas certamente não atende a sociedade.
Neste contexto, foi desenvolvido em R um processo automatizado para a aquisição de dados do ISP. Através dos links selecionados automaticamente na página web do ISP1 obtêm-se as planilhas, que são processadas gerando uma base de dados georreferenciados por circunscrição de DP. Estes dados ficam interligados aos dados do Censo\IBGE possibilitando, por exemplo, a estimativa da população por DP. Por fim, foram desenvolvidas aplicações baseadas em Shiny(RStudio)\R para visualização interativa e exploratória dos dados.
Modelos de redes sociais e técnicas de visualização para dados de Migração
Gustavo da Silva Ferreira - IBGE/ENCE
Esta palestra apresenta alguns modelos básicos de espaços latentes para redes sociais aplicados no contexto de fluxos migratórios. Nestes casos, modela-se o número de pessoas que migram de uma localidade para outra a partir de um modelo de regressão Poisson, cuja média é definida como função da distância euclidiana entre as localidades ou como função de efeitos aleatórios de atratividade e repulsividade locais. Utilizando dados do Censo 2010 (IBGE), estes modelos são aplicados aos dados de fluxos migratórios entre Unidades Federativas do Brasil e são apresentadas técnicas de visualização alternativas para análise da dinâmica dos mesmos.